Após três dias em ligeira queda, os casos de coronavírus cresceram exponencialmente no Reino Unido na terça-feira (29). Foram confirmados 7.143 novas contaminações por Covid-19 em todo o país nas últimas 24 anos. Pior que isso foi o crescimento também nas mortes — 71 pessoas perderam a vida por conta da doença, o dobro do registrado uma semana antes. Também dobrou a estatística de pessoas internadas em estado grave utilizando ventiladores para respirar — agora são 259.
Tudo isso acabou sendo um balde de água fria no governo conservador, que apostava na eficácia das novas medidas de distanciamento social. Elas impedem que os britânicos se encontrem em grupos de mais de seis pessoas — mas aparentemente ainda é pouco. Diversas regiões da Inglaterra possuem atualmente regras diferentes de distanciamento social. As mais duras estão no nordeste do país. A região de Liverpool, no noroeste, deve ser a próxima a entrar na lista das áreas com medidas mais duras de lockdown.
Especula-se também que o governo só não decretou quarentena em Londres até agora por conta do impacto que isso teria na economia. Mas, na capital, o crescimento dos casos também é significativo — e a população sabe que o fechamento ainda que parcial da cidade é apenas questão de tempo. Enquanto isso, a paciência da sociedade com o primeiro-ministro Boris Johnson parece estar se esgotando.
Johnson teve que se desculpar por ter passado informações erradas sobre o lockdown parcial na região de Newcastle. A percepção geral é a de que o conservador está perdido — sem saber o que pode ser feito para controlar a situação nesta segunda onda. Some-se a isso o fato de que faltam apenas algumas semanas para a Grã Bretanha finalmente deixar a União Europeia. Dois lados do Canal da Mancha ainda não têm um acordo comercial em vista, o que pode trazer o caos para as fronteiras britânicas. O final de 2020 vai ganhando contornos bastante preocupantes na Grã Bretanha.
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