Cesta básica tem aumento em 13 capitais e chega a R$ 539 em São Paulo

O preço da cesta básica entre julho e agosto aumentou em 13 das 17 capitais pesquisadas pelo DIEESE. Em São Paulo, única capital onde foi realizada coleta presencial, a cesta custou R$ 539,95, com alta de 2,90% na comparação com o mês anterior. Desde janeiro, o aumento no preço do conjunto de alimentos no Brasil foi de 6,60%. Já nos 12 últimos meses, a alta soma 12,15%. Com base na cesta mais cara, que, em agosto, foi a de SP, o DIEESE estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 4.536,12, o que corresponde a 4,34 vezes o mínimo vigente de R$ 1.045,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (alterado para 7,5% a partir de março de 2020, com a Reforma da Previdência), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em agosto, na média, 48,85% do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em julho, o percentual foi de 48,26%.

Preço do óleo aumenta em todas as capitais; valor da carne sobe em 12

O valor do óleo de soja apresentou alta em todas as capitais, com destaque para Campo Grande (31,85%), Aracaju (26,47%), Rio de Janeiro (22,39%) e Porto Alegre (21,15%). As demandas interna e externa têm elevado as cotações da soja e derivados. Já os preços do leite integral e da manteiga tiveram aumento em 16 e 12 capitais, respectivamente. As elevações nos valores do produto variaram entre 1,43%, em Brasília, e 11,10%, em Curitiba. Apenas em Vitória, o preço ficou estável. As altas no custo da manteiga ficaram entre 0,26%, em Salvador, e 5,73%, em Goiânia. A necessidade de refazer estoques, a competição por matéria-prima e a baixa disponibilidade de leite no campo culminaram em elevação de preço dos derivados lácteos.

O preço médio do arroz agulhinha registrou alta em 15 capitais, com destaque para Porto Alegre (17,91%), Campo Grande (13,61%) e Goiânia (10,56%), ficou estável em Curitiba e recuou -1,45% em Brasília. O aumento se deve à retração dos produtores, que aguardam melhores preços para comercializar o cereal e efetivam apenas vendas pontuais. De julho para agosto, o valor do pão francês subiu em 13 cidades e variou de 0,23%, em São Paulo, a 9,78%, em Salvador. Em Belo Horizonte e Belém, o preço não variou. As quedas aconteceram em Florianópolis (-0,86%) e Curitiba (-1,41%). As cotações dos derivados de trigo tiveram aumento devido à valorização do dólar diante do real.

Em 12 capitais, o valor médio da carne bovina de primeira registrou alta: variou de 0,59%, em Aracaju, a 8,89%, em Campo Grande. Em Natal, o preço apresentou estabilidade e, em outras quatro cidades, houve queda: Porto Alegre (-0,55%), Vitória (-0,59%), Florianópolis (-0,90%) e Brasília (-1,35%). A baixa oferta de animais para abate no campo e o desempenho recorde das exportações, em especial para a China, resultaram em preços elevados. O preço do feijão recuou em 14 capitais, e a batata, pesquisada no Centro-Sul, teve o custo reduzido em todas as cidades. Mesmo com a demanda retraída, o avanço da colheita elevou a oferta do tubérculo e os preços caíram.

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