Cidade de SP não vai retomar aulas em setembro nem para atividades de reforço

Mesmo com a autorização do governo do Estado de São Paulo, a capital paulista não vai reabrir as escolas para atividades de recuperação e acolhimento. A medida opcional foi anunciada pelo governador João Doria no dia 7 de agosto e previa capacidade de 35% do total de alunos para as escolas de Ensino Infantil e Fundamental e 20% anos finais do Ensino Fundamental e Médio. De acordo com Doria, esse retorno seria importante também no aspecto social e de segurança alimentar.

A decisão foi tomada pelo prefeito Bruno Covas após o resultado do inquérito sorológico realizado com os alunos das escolas municipais. Ele anunciou ainda que o secretário municipal de Educação, Bruno Caetano, vai reforçar as ações da pasta para que as crianças possam continuar estudando em casa, tendo acesso ao conteúdo pedagógico das aulas. As medidas devem ser anunciadas ainda nesta semana. No dia 6 de agosto, Bruno Caetano disse à Jovem Pan que o ano letivo poderia se estender até 2021.

Os estudos mostraram que a Covid-19 mostrou prevalência em 16% das crianças testadas; dos resultados positivos, 64,4% foram casos assintomáticos. O último inquérito geral, da última semana, mostra prevalência em 10,9% do total das pessoas e apenas 40% dos casos não tinham sintomas. “Estamos falando de contingente maior de contaminados, com mais difícil aplicação de regras de distanciamento e mais assintomático do que a maioria da população.”

De acordo com o prefeito Bruno Covas, o retorno das atividades escolares em um momento como esse seria temerário. “É muito mais complicado manter o distanciamento social dentro da sala de aula do que em bares, restaurantes, mercados e lojas. Além disso, a pesquisa mostra que dois terços das crianças foram assintomáticas. Estamos falando da possibilidade de 2 a cada 3 crianças contaminadas não apresentarem sintomas”, disse. As medidas de contenção do vírus como a medição de temperatura, por exemplo, não seria eficiente nesse cenário.

A situação, de acordo com Covas, fica mais grave considerando que 25% dos alunos da rede municipal moram com familiares que tem idade acima dos 60 anos — considerado grupo de risco para a Covid-19. “A retomada das aulas nesse momento significaria ampliação de número de casos, internações e óbitos. Na cidade de São Paulo não teremos o retorno em setembro, como o Estado autorizou, para atividades de reforço. Ainda temos o horizonte de outubro, mas realizaremos outros inquéritos com alunos da rede estadual, privada e com familiares. São precisos mais dados para dar mais tranquilidade.”

Compartilhe