A Ana Claudia Ferreira, de 28 anos, trabalhava na área comercial de uma startup até março, quando foi demitida por causa da pandemia do coronavírus. Com tempo livre, ela passou a se arriscar mais na cozinha e a fazer receitas de pães. O resultado ela postava nas redes sociais deixando os amigos com água na boca. Foi assim que Ana Claudia percebeu que o que tinha começado como hobby poderia virar uma fonte de renda. “Tenho um teto de produção, porque sou apenas uma pessoa com um fogão doméstico e tudo doméstico. E estou conseguindo esgotar o meu limite de produção todos os dias que eu produzo”, afirma.
Assim como Ana Cláudia, mais de 4.500 pessoas resolveram investir na venda de pães durante a quarentena. Esse foi o resultado de uma pesquisa feita pelo Sebrae na cidade de São Paulo e que considera os meses de janeiro a junho deste ano. O número representa uma alta de 90% em comparação com o ano passado. Um dos fatores que levaram a esse aumento é o baixo investimento necessário, como explica a analista de Negócios do Sebrae Helena Costa de Andrade. “Muitas vezes você vai investir, no máximo, em um forno e assadeiras. Então não é um investimento que você precisa ter uma estrutura física específica, dependendo do volume você consegue fazer na sua própria casa”, explica.
O aumento na produção de pães também levou a uma procura maior dos fornecedores de matéria-prima. A Iris Jönck tem uma loja que vende farinhas importadas e viu o número das vendas online praticamente dobrar durante a quarentena. A gente percebeu que as pessoas estavam querendo fazer pão em casa. Mais pessoas estavam aprendendo, resgatando uma receita da avó, da mãe, uma receita de família. E também algumas pessoas que já faziam pão em casa começaram a fazer para vender”, entende a comerciante.
*Com informações da repórter Nicole Fusco
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