Por conta do aumento de problemas de saúde mental no mundo todo durante a pandemia da Covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu, em documento publicado nesta quinta (17/6), que todas as nações façam mais investimentos no setor, enfatizando que “o sofrimento é enorme”.
Somente em 2020, as taxas de depressão e ansiedade subiram 25%, em um momento em que os escassos recursos de saúde estavam voltados para o combate do coronavírus.
Se antes da Covid-19, quase 1 bilhão de pessoas viviam com um transtorno mental, segundo relatório da agência da ONU sobre a situação da saúde mental global, a tendência é que esse número tenha sofrido um aumento drástico nos últimos anos.
Apesar do crescimento do interesse pelo assunto, não houve melhora nos investimentos dos países na área. De acordo com o relatório da OMS, apenas 2% dos orçamentos nacionais de saúde e menos de 1% de toda a ajuda internacional são dedicados à saúde mental.
“Todos esses números são muito, muito baixos”, declarou o consultor da Unidade de Saúde Mental da OMS Mark Van Ommeren, em coletiva de imprensa.
Desigualdade e estigmas
O documento ainda aponta que uma em cada oito pessoas no mundo vive com uma doença mental. O Relatório Mundial sobre Saúde Mental indica que essa realidade é agravada em situações de desigualdade no acesso a cuidados. Em países de alta renda, mais de 70% das pessoas com psicoses recebem tratamento, contra 12% em países de baixa renda.
O relatório pede ainda o fim da estigmatização associada à saúde mental. Segundo o documento, uma em cada 20 tentativas de suicídio leva à morte, sendo essa a causa de uma em cada 100 mortes anualmente em todo o mundo.
O diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou em nota que todos, em algum momento da vida, terão contato com alguém que sofre de problemas mentais.
“Investir em saúde mental é investir em uma vida e em um futuro melhor para todos”, conclui.
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