Com problemas de saúde, Shinzo Abe renunciará a cargo de primeiro-ministro do Japão

Shinzo Abe confirmou, nesta sexta-feira, que irá renunciar ao cargo de primeiro-ministro do Japão por motivos de saúde, o que abre um período de consultas que terminará nas próximas semanas com a eleição de seu substituto. “Minhas condições de saúde não são perfeitas. Uma saúde precária pode levar a decisões políticas erradas. Decidi renunciar ao cargo de primeiro-ministro”, disse Abe, em entrevista coletiva. Aos 65 anos,  ele destacou que a colite ulcerativa crônica que o obrigou a renunciar no primeiro mandato (2006-2007) voltou recentemente, e o tratamento que deve receber exige revisão contínua e monitorada. Em declarações a jornalistas na sede do governo (Kantei), Abe lembrou que, embora a doença o tenha forçado a renunciar há 13 anos, graças a novos medicamentos, ele conseguiu superá-la e voltou a ser premiê em 2012. “Por oito anos, consegui administrar bem a minha doença, e pude me dedicar totalmente às minhas funções como primeiro-ministro”, acrescentou.

No entanto, no mês passado, ele fez check-up de rotina e havia sinais de que a doença estava voltando, e desde então ele começou o tratamento com um novo medicamento.”Desde o mês passado”, acrescentou, “a minha saúde piorou e perdi muita força. O novo medicamento que estão me dando e exige um acompanhamento contínuo e de perto”. Levando em conta que não pode “produzir os resultados desejados” em seus esforços governamentais, ele decidiu renunciar. “Na política, o mais importante é gerar resultados”, insistiu. Embora tenha sido consultado várias vezes por jornalistas, Abe não quis especificar quem poderia ser seu sucessor.

A partir desse anúncio, o Partido Liberal Democrático (PLD) deve abrir consultas para escolher um candidato a primeiro-ministro, que deve ser escolhido pela Câmara dos Deputados (Dieta). Após sua renúncia anterior em 2007, esse processo para escolha do sucessor ocorreu por cerca de duas semanas. Abe teria que deixar a liderança do PLD em setembro de 2021, o que também implicaria que o partido tivesse que escolher outro candidato a ser escolhido pela Dieta.

*Com Agência EFE

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