O libanês Maroun Daccache vive há dez anos em São Paulo, onde toca um restaurante de comidas típicas do Líbano. Nos últimos meses, ele viu as receitas caírem com o fechamento dos estabelecimentos pela pandemia do coronavírus. Mesmo com as dificuldades, Maroun quer ajudar o país de origem depois da tragédia em Beirute.” A nossa situação aqui é muito melhor do que lá. Dá vontade de chorar, ficamos muito abalados, eu não consegui ligar para minha família e meus amigos que moram em Beirute. O meu irmão trabalha apenas a um quilômetro de distância da explosão”, conta o comerciante. Ao todo, São Paulo concentra o maior número de libaneses e descendentes no Brasil. O padre de uma igreja voltada a comunidade libanesa na cidade, Elias Karam, entrou em contato com os familiares assim que ficou sabendo da explosão. “Achamos que era um atentado, no primeiro impacto, assim que recebemos a notícia. Depois de cinco minutos, comecei a entrar em contato com meus país e com alguns familiares lá e então entendi que era algo que nunca tínhamos passado esse tipo de explosão”, ressalta.
O dono de uma loja na capital paulista, o libanês Hassan Chalani, lamentou as vidas perdidas na tragédia. “A gente ficou preocupado pela família, pelo povo do Líbano e ficamos muito triste pelo que aconteceu. Porque isso é falta de respeito lá no Líbano”, diz. O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta terça-feira, 04, que conversa com a comunidade libanesa no Brasil para definir como o país prestará ajuda ao Líbano. Além do governo brasileiro, outros países também estão oferecendo ajuda ao país. Na quarta-feira, 05, o secretário de Estado dos Estados Unidos ofereceu ajuda, em conversa por telefone com o primeiro-ministro do Líbano, Hassan Diab. Mike Pompeo “expressou condolências ao povo libanês pela horrível explosão no porto de Beirute, que matou e feriu tantas pessoas e causou uma destruição devastadora na cidade”. No entanto, até o momento, Pompeo não especificou qual tipo de assistência foi oferecida
*Com informações da repórter Nanny Cox
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