O diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) nega que a de detecção de traços de coronavírus em frangos exportados para a China traga riscos para as exportações brasileiras. Ricardo Santini afirma que os vestígios foram encontrados na embalagem de um produto e garante que não há contaminação da carne em si. “A gente tem a certeza que não pode transmitir a Covid-19 pela carne, então não há problema em comer a carne. A OMS falou isso, o Hospital Albert Einstein aqui no Brasil e os cientistas da Embrapa mostram que o vírus não vive em uma carne morta, ele precisa de uma célula viva para se reproduzir. Então não é como uma bactéria que pode estar em uma carne, então não há risco contaminação”, explica em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.
A confirmação do vírus nas exportações foi anunciada pela imprensa chinesa na quinta-feira, 13. O Centro de Prevenção e Controle de Doenças afirma ter encontrado vestígios do coronavírus nos produtos. Com o ocorrido, todas as pessoas que tiveram contato com o produto passaram por testes da doença e os lotes da exportação foram confiscados por autoridades, segundo informações do jornal chinês Global Times. Com a repercussão, o Ministério da Agricultura pediu à Administração-Geral de Aduanas da China explicações sobre o caso, afirmando que a pasta ainda “não foi notificada oficialmente pelas autoridades chinesas sobre a ocorrência”.
Ricardo Santini acredita que não há chances da contaminação ter acontecido no Brasil, explicando que as caixas dos produtos são manipuladas “várias vezes” e que a exportação leva em torno de 45 dias no transporte. Por isso, há possibilidade que a contaminação tenha acontecido fora do território brasileiro. No entanto, independente disso, o diretor-executivo reforça que a contaminação “não foi na carne em si”, garantindo que “foi um achado ocasional”, já que outras caixas com o produto, enviadas no mesmo container, não tinham vestígios do vírus. Ele explica ainda que a informação é da prefeitura de Shenzhen, na província de Guangzhou, mas ainda pede fazer um novo exame pelo ministério da Agricultura chinês.
O diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal afirma que o ocorrido não trará prejuízos ao mercado brasileiro, ressaltando os “severos protocolos” seguidos pelos frigoríficos. “A gente tem a certeza que todos os países confiam na ciência, não há possibilidade de transmissão do vírus. Não tivemos nenhum sinal [de prejuízo nas exportações], o que os importadores apenas pediram explicações e o governo explicou a situação. Temos protocolos muito severos, que cuidam da carne e do nosso colabora, seguidos desde o início de março. Por causa disso, temos frigoríficos que não tiveram nenhum caso de coronavírus mesmo depois de cinco meses. Foi um caso pontual, não há risco para as relações com a China. O Brasil vendeu mais de 400 mil toneladas de janeiro a junho para a China e isso vai seguir normalmente, é um episódio superado. Repito, não há qualquer risco de ter Covid-19 em carnes”, garante.
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