Déficit de peritos criminais dobra em sete meses em SP, diz sindicato

Nos últimos sete meses, o número de peritos criminais que saíram da Polícia Civil de São Paulo mais que dobrou. Segundo dados do Sindicato dos Peritos Criminais de São Paulo, 70 cargos ficaram vagos em dezembro de 2019, já em julho deste ano o número subiu para 148, o que corresponderia a 9% do efetivo total. A principal razão para o déficit é que muitos peritos correram para pedir aposentadoria, deixando os serviços na Polícia Civil, após a aprovação da reforma da previdência. Segundo os policiais, com a aprovação da reforma administrativa, que ainda está em discussão em Brasília, o número de policiais aposentados deve subir ainda mais. O presidente do sindicato, Eduardo Becker, afirma que a falta de funcionários provoca não só a demora para aprovação de laudos, mas também impacta no atraso de julgamentos criminais.

“Na capital de São Paulo este déficit é muito maior. Isso impacta na sobrecarga de trabalho, o perito tem que trabalhar mais e ele não dá conta, porque ele entra em uma estafa, e começa a atrasar laudo. Atrasando o laudo, que é a peça fundamental do processo do crime, ele prejudica o andamento da percepção penal”, explica. Ainda segundo o presidente, com a sobrecarga e o estresse mais funcionários vão pedir dispensa e o déficit vai aumentar. “Ele acaba ficando doente, acaba trabalhando demais e ficando doente, se afastando e agrava ainda mais o quadro. O grande problema que enfrentamos hoje é a falta de valorização salarial. No Estado de São Paulo, temos o terceiro pior salário do país”, conta. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que presa pela valorizado dos policiais técnicos e científicos. A pasta diz que, apenas neste ano, deu posse para 353 policiais técnicos e científicos e abriu 189 vagas em concurso para a classe. No entanto, desde a pandemia do coronavírus, a pasta informou que precisou suspender as contratações temporariamente.

*Com informações do repórter Leonardo Martins

Compartilhe