A sinalização pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de que os juros nos Estados Unidos não devem subir ao menos até 2023 ajudou o dólar a aprofundar o ritmo de queda ante o real. A moeda norte-americana fechou esta quarta-feira (16) cotada em R$ 5,2384, a menor a menor taxa desde 31 de julho (R$ 5,2170). Mais cedo, chegou a ficar em R$ 5,21. No mercado futuro, o dólar para outubro era negociado em queda de 0,73%, em R$ 5,2395 às 17h. Logo após o Fed divulgar o comunicado, o presidente da instituição, Jerome Powell, mostrou intenção de manter a política monetária atual para assegurar emprego e estabilidade de preços, embora tenha ressaltado que o cenário ainda é bastante incerto e alguns setores podem demorar mais a se recuperar.
“Cada vez mais parece que não haverá aumento de taxas pelo Fed até 2024”, avalia o economista-chefe da Fitch Ratings, Brian Coulton. Para ele, os dirigentes do Fed mostraram postura “bem dovish” hoje, ou seja, favoráveis a juros baixos e manutenção dos estímulos. Além disso, Coulton destaca que o Fed melhorou as previsões para o curto prazo na economia americana.
Empresas continuam acessando o mercado internacional para captar recursos, mas sem impacto relevante no fluxo. Nesta quarta, foi a vez da BRF, com emissão de US$ 500 milhões. Os dados do Banco Central deste mês mostram fluxo cambial negativo em US$ 568 milhões em setembro, até o dia 11. Somente pelo canal financeiro saíram US$ 880 milhões no período.
*Com Estadão Conteúdo
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