Dos três Estados que o presidente Donald Trump tomou do Partido Democrata de maneira surpreendente em 2016 – Michigan, Pensilvânia e Wisconsin -, o Michigan há muito parece aos republicanos o que mais corre o risco de voltar para os rivais democratas. Tanto que Trump suspendeu sua propaganda na televisão em Michigan durante o verão, e várias pesquisas sugerem que Joe Biden havia estabelecido uma vantagem razoável sobre o presidente. Mas parece que agora o Estado está de volta ao mapa do campo de batalha.
Biden visitará Warren, um subúrbio de Detroit, a principal cidade do estado, nesta quarta-feira, 9. Lá, vai falar sobre economia e prometeu “proteger os empregos americanos”, ecoando o discurso vitorioso de Trump em 2016. Warren fica no condado de Macomb – um lugar associado aos eleitores brancos da classe trabalhadora que tradicionalmente votavam nos democratas, mas abraçaram Ronald Reagan e, mais tarde, Trump. Biden intensificou seus esforços nos últimos meses para revelar políticas mais populistas destinadas a estimular os trabalhadores americanos. Em sua visita, Biden também quer anunciar planos para mudar o código tributário para desencorajar a transferência de empregos para o exterior e para recompensar as empresas por investirem na produção doméstica – algo muito similar às propostas de Trump.
Reação de Trump
Antes da visita de Biden, Trump já estava de olho no Estado. O presidente americano vai à região na quinta, no condado de Saginaw, onde venceu por 1% dos votos em 2016 contra Hillary Clinton. Dois anos depois, a democrata Gretchen Whitmer derrotou o republicano Bill Schuette por cerca de 8% dos votos no condado de Saginaw em seu caminho para se tornar governadora. Trump retomou sua propaganda na televisão em Michigan esta semana, desta vez com um anúncio alardeando o “Grande retorno americano”. A propaganda afirma que a “linha de chegada está se aproximando” na corrida por uma vacina contra o coronavírus, e que a economia está se recuperando, apesar da pandemia.
O anúncio também edita seletivamente uma entrevista com Biden para fazer parecer, incorretamente, que ele deseja fechar a economia para conter a pandemia. Por enquanto, Biden – cuja campanha está cheia de dinheiro – está gastando notavelmente mais do que Trump em Michigan. Trump comprou pouco menos de US$ 1,1 milhão em tempo nas estações de televisão de Michigan durante a semana, em comparação com US$ 2,4 milhões para Biden, de acordo com dados da Advertising Analytics. Nos próximos meses, Trump reservou quase tanto tempo na televisão em Michigan quanto Biden. Esses números quase certamente mudarão à medida que as campanhas ajustarem suas estratégias de publicidade com base em pesquisas e outros dados. Até agora, porém, Trump comprou US $ 13,1 milhões em tempo de televisão, em comparação com US $ 13,9 milhões para Biden.
*Com informações da Agência EFE
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