Representantes do agronegócio e de ONGs ligadas ao meio ambiente se uniram para apresentar ao governo federal um conjunto de seis propostas para reduzir o desmatamento na Amazônia. A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura reúne mais de duzentas organizações, incluindo do setor financeiro, da sociedade civil e das universidades. As entidades pedem a adoção de medidas que solucionem a questão de maneira rápida e permanente, especialmente na Amazônia Legal. O documento foi encaminhado ao presidente Jair Bolsonaro, ao vice-presidente Hamilton Mourão e aos ministros da Agricultura, do Meio Ambiente, da Economia e da Ciência, Tecnologia e Inovações. As propostas chegaram ainda às mãos de líderes e parlamentares da Câmara e do Senado, ao parlamento europeu e embaixadas de países do bloco. Eles destacam que a redução do desmatamento no curto prazo é de “fundamental importância para o país”.
As seis ações são: retomada e intensificação da fiscalização, com rápida e exemplar responsabilização pelos ilícitos ambientais identificados; suspensão dos registros do cadastro ambiental rural que incidem sobre florestas públicas e responsabilização por eventuais desmatamentos ilegais; destinação de 10 milhões de hectares à proteção e uso sustentável; concessão de financiamentos sob critérios socioambientais; total transparência e eficiência às autorizações de supressão da vegetação e a suspensão de todos os processos de regularização fundiária de imóveis com desmatamento após julho de 2008. A Coalizão reúne nomes da área ambiental, como WWF Brasil, WRI Brasil e Imazon. Do lado empresarial do agronegócio e da indústria estão companhias como JBS, Klabin, Natura e Unilever. Também nesta terça-feira, 15, embaixadores de oito países europeus enviaram uma carta a Mourão dizendo que o desmate em alta dificulta os negócios. Assinam o documento os representantes de Alemanha, Dinamarca, França, Itália, Holanda, Noruega, Reino Unido e Bélgica. Os países afirmam contar com um compromisso político do governo brasileiro para reduzir o desflorestamento e esperam “que isso se reflita em ações reais imediatas”.
*Com informações do repórter Afonso Marangoni
Compartilhe