Na semana passada, a polícia concluiu o inquérito sobre a morte de Isabele. O documento aponta que a amiga deve responder por ato infracional por homicídio doloso – quando há intenção de matar –, imprudência e imperícia. Patrícia Ramos e a filha, Isabele, morta com um tiro na cabeça, em Cuiabá
TV Globo
A mãe da adolescente Isabele Ramos Guimarães, de 14 anos, morta em um condomínio de luxo, em Cuiabá, no dia 12 de julho, espera que a amiga da filha, de mesma idade que teria feito o disparo, seja internada.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê que menores que cometem atos infracionais análogos a crimes hediondos – como estupro e homicídio qualificado – sejam internados.
Na semana passada, a polícia concluiu o inquérito sobre a morte de Isabele. O documento aponta que a amiga deve responder por ato infracional por homicídio doloso – quando há intenção de matar –, imprudência e imperícia.
“O que mais espero é que essa garota seja internada e espero que o Ministério Público apresente a denúncia e acate o inquérito policial na sua integralidade”, disse Patrícia Guimarães em entrevista ao Fantástico.
Exclusivo: Imagens mostram últimos momentos de Isabele; veja vídeo
Para a polícia, a adolescente que atirou deixou o estojo com uma das armas em cima de um móvel no quarto dela. Foi até o banheiro, e dentro dele, disparou contra Isabele a 20 ou 30 centímetros de distância, em uma altura de 1,44 centímetros. O tiro entrou no nariz e saiu pela nuca.
O delegado Wagner Bassi, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que conduziu a investigação, afirmou, em entrevista coletiva, nesta quarta-feira (2), que a versão apresentada por ela, no decorrer do inquérito, era incompatível com o que aconteceu no dia da morte e que a conduta dela foi dolosa, porque, no mínimo, assumiu o risco de matar a vítima.
Isabele Guimarães Rosa, de 14 anos, morreu ao ser atingida por tiro na cabeça no condomínio Alphaville, em Cuiabá.
Instagram/Reprodução
Para a mãe de Isabele, a conclusão do inquérito não ‘alivia’ a dor da perda da filha.
“Isso não me traz conforto nenhum, nem para mim nem para o meu filho. Porque, veja bem, a minha filha não está mais aqui para poder falar e eu posso falar por ela. Ela teve os sonhos dela interrompidos naquele dia, quando ela recebeu um tiro na cabeça. Ela tinha toda uma vida pela frente, ela era uma garotinha brilhante, e hoje ela não está aqui”, afirmou a mãe.
Além da adolescente, o namorado dela, de 16 anos, também vai responder por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo, porque transitou armado, sem autorização. Ele tem 16 anos e levou as armas para a casa da namorada. O tiro que matou Isabele partiu de uma dessas armas de fogo, que pertencia ao pai do jovem.
Câmera registra últimas imagens de Isabele antes de morrer
Fantástico
Por causa disso, o pai dele também foi indiciado. Segundo o delegado, mesmo tendo alegado que não tinha conhecimento de que as armas tinham sido levadas pelo filho para o local, ele foi indiciado por omissão de cautela na guarda de arma de fogo, já que teria obrigação de guardar as armas em local seguro.
Já o pai da adolescente que atirou, que é empresário, foi indiciado por posse de arma de arma de fogo, homicídio culposo, entrega de arma para adolescente, previsto no Estatuto do Desarmamento, e fraude processual.
Compartilhe