O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (1) que não causa preocupação ao governo o recuo histórico de 9,7% do Produto Interno Bruto (PIB), no 2º trimestre deste ano, na comparação com os 3 primeiros meses do ano. “Isso é impacto do raio que caiu em abril”, afirmou Guedes, no Palácio da Alvorada, sobre os impactos da crise do coronavírus na economia brasileira. “Isso é de impacto lá atrás. Estamos decolando em V”, continuou o ministro, usando a metáfora para explicar que após uma queda rápida da atividade, deve acontecer também uma alta na mesma intensidade. Com o resultado, o Brasil entrou oficialmente em recessão técnica, caracterizada por dois trimestres consecutivos de encolhimento do nível de atividade.
No primeiro trimestre deste ano, o PIB teve retração de 1,5%. Em relação ao mesmo período do ano passado, a retração foi de 11,4%. Reflexo da crise originada pelo coronavírus, o resultado de abril a junho foi o mais baixo da série histórica desde o início da contagem trimestral, em 1996. Antes, a maior queda em três meses havia ocorrido entre outubro e dezembro de 2008, quando a economia retraiu 3,9%. No 1º semestre de 2020, o PIB caiu 5,9% em relação a igual período de 2019, também o resultado mais baixo já registrado. Em valores correntes, o PIB do no segundo trimestre de 2020 totalizou R$ 1,653 trilhão.
Dos três setores analisados, a agropecuária foi a única que teve resultado positivo no segundo trimestre, com alta de 0,4%. A indústria foi o setor mais atingido, com queda de 12,3%, seguida pelos serviços, que registrou retração de 9,7%. Entre as atividades industriais, a indústria de transformação teve o tombo mais expressivo, com queda de 17,5%. A construção civil, apontada como um dos principais indicadores da economia, teve retração de 5,7% no segundo trimestre de 2020, enquanto as atividades de eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos caiu 9,7%. A indústria extrativa, que engloba petróleo e mineração, teve queda de 1,1%.
*Com Estadão Conteúdo
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