Estudo associa casos de câncer nos EUA a teste nuclear em 1945


Efeitos das cinzas radioativas gerou danos à saúde de moradores do Novo México. Deputados pedem compensação ao governo. imagem da primeira bomba atômica lançada pelos americanos na cidade japonesa de Hiroshima, em 6 de agosto de 1945
AFP
Pesquisadores dos Estados Unidos afirmaram nesta terça-feira (1º) que um número não determinado de pessoas teve câncer por causa das cinzas radioativas do primeiro teste com bomba atômica feito pelo país, em 1945, no Novo México.
Uma série de estudos do Instituto Nacional do Câncer revelou documentos ainda confidenciais do Projeto Manhattan, que pesquisou a bomba atômica até as detonações em Hiroshima e Nagasaki naquele mesmo 1945. As explosões levaram à rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial, e, consequentemente, ao fim do conflito global.
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Os autores dos estudos admitem que faltam dados mais precisos sobre o número de casos de câncer nas primeiras décadas depois do teste. Eles no entanto concluíram que qualquer aumento nessa incidência está limitado àqueles que estavam vivos na época do teste do Novo México e que estiveram expostos às cinzas radioativas.
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“A detonação nuclear expôs moradores do Novo México a níveis variáveis de radiação a partir de cinzas radioativas dependendo, em parte, de onde viviam no estado, de quanto tempo passaram em estruturas protetoras nos meses imediatamente depois do teste e de quanta radiação entrou em seus corpos por água ou comida contaminadas”, diz um resumo da pesquisa.
Disputa política
Foto do Capitólio, em Washington, em 4 de dezembro de 2019.
Patrick Semansky/AP
Cientistas do governo nunca previram os potenciais danos das cinzas nucleares antes do teste. De 1945 para cá, moradores do estado vêm pedindo reconhecimento por parte do Estado, alegando que gerações de pessoas sofrem com os efeitos da explosão.
Por enquanto, corre no Congresso dos EUA um projeto de lei que incluiria os moradores das regiões afetadas no Novo México em um programa de compensação a pessoas expostas à radioatividade por testes radioativos. O deputado Ben Ray Luján, um dos autores da proposta, visitou sobreviventes em outras partes dos EUA.
“Se você ouvir as histórias, fica claro que o teste gerou uma vida de doenças e sofrimento a muitas famílias do Novo México”, disse Luján.
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