Governo decreta situação de emergência em MT por causa de incêndios florestais


Só no Pantanal, foram registrados mais de 10 mil focos.Só no Pantanal, foram registrados mais de 10 mil focos. Incêndio obriga Funai retirar 45 indígenas às pressas de 4 aldeias em reserva em Mato Grosso
Funai
O governo decretou situação de emergência em Mato Grosso por causa dos incêndios florestais. O decreto irá valer por 90 dias, podendo ser prorrogado.
Com o documento, as autoridades poderão adotar as medidas necessárias à prevenção e combate das queimadas, podendo comprar materiais sem precisar de licitação, suspender a execução de contratos administrativos sem que isso gere direito de rescisão ao contratado e também poderão deixar de atender aos resultados fiscais e suspender os prazos para retorno de gastos com pessoal e dívida.
Após a publicação do decreto, que está em uma edição extra do Diário Oficial, o governo deve pedir auxílio federal para reforçar as ações de enfrentamento.
Mato Grosso já registrou 34,4 mil focos de queimadas do início do ano até esta segunda-feira (14), de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Neste período, os municípios que tiveram mais focos de incêndios foram Poconé, Barão de Melgaço e Cáceres.
Só no Pantanal, foram registrados mais de 10 mil focos.
Incêndios no Pantanal
Dados do Prevfogo, o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos incêndios florestais do Ibama, em 2020 mostram que a área queimada no Pantanal já passou de 2,3 milhões de hectares, sendo 1,2 milhão em Mato Grosso e mais de 1 milhão em Mato Grosso do Sul.
Essa área de mais de 2 milhões representa quase 10 vezes o tamanho das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro juntas.
O Pantanal é o bioma brasileiro mais afetado pelas queimadas proporcionalmente, mas em Mato Grosso os incêndios estão espalhados por todo o estado.
As queimadas aumentaram no Pantanal a partir de julho, quando a estiagem ficou ainda mais intensa. Os dias estão tão secos que o clima fica parecido ao de um deserto, com umidade abaixo dos 10%. Mas o problema não é só o clima.
Uma reserva particular teve metade da área de mais 100 mil hectares destruída. Segundo perícia do Corpo de Bombeiros, as chamas vieram de fazendas que estão próximas e que foram queimadas de forma criminosa, intencional.

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