O governo do Paraná terá uma reunião, na quarta-feira, 12, com membros da “missão russa’ para debater um possível acordo para a obtenção de vacinas contra a Covid-19. A informação, confirmada pela assessoria de imprensa do estado, é que o encontro seria para “dar continuidade as negociações iniciadas no final de julho”, quando o governo estadual procurou a embaixada russa para obter mais informações sobre o imunizante e, segundo a assessoria, para se colocar à disposição para colaborar no desenvolvimento, testes e na produção da vacina. O encontro marcado para esta quarta-feira acontecerá um dia após o governo russo anunciar o registro da primeira vacina contra o coronavírus. Segundo o presidente Vladimir Putin, o imunizante é “eficaz”, passou nos testes necessários e permite obter uma “imunidade estável” contra a doença.
Segundo a assessoria de imprensa estadual, o governo do Paraná está em negociações com a embaixada russa para participar do desenvolvimento da vacina Sputnik V contra a Covid-19. De acordo com comunicado, a reunião técnica desta quarta-feira será com o embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov, e equipe para “definir os termos de um possível acordo entre as partes, que será coordenado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) “. A assessoria afirma ainda que a assinatura de um termo de cooperação é uma etapa burocrática e necessária para que “o processo de desenvolvimento da vacina possa ser feito por algum instituto científico do Estado”, ressaltando que “para a troca de informações é necessário um protocolo”, que seria esse acordo. “O governo do Estado reforça que o Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar) é um órgão com capacidade técnica para participar do processo”, destaca ainda o comunicado, indicando que o instituto pode se envolver no desenvolvimento do imunizante.
Embora o presidente Vladimir Putin confirme a eficácia da vacina russa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e infectologistas pedem cautela sobre o assunto. Segundo o médico e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Edimilson Migowski, a falta de transparência durante as etapas de produção do imunizante preocupam cientistas. Segundo ele, faltam elementos que possam garantir a segurança e a eficácia da descoberta. “Pelo que vimos nas reportagens, essa fase 3 dos testes não foi atendida de uma forma plena. Então, isso faz com que a gente tenha uma postura mais conservadora. Não estou dizendo se a vacina é ruim ou boa, estou dizendo que não tenho elementos suficientes para tomar uma posição segura sobre o assunto”, finaliza.
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