Segundo o Inpe, neste ano, foram identificados 15.756 focos de calor no Pantanal. Antes disso, o maior número tinha sido registrado em 2005, 12.536 focos. Pantanal está sendo destruído pelo fogo
Mayke Toscano – Secom – MT
As queimadas que já destroem o Pantanal mato-grossense – considerada a maior planície inundável do mundo – há quase dois meses causaram os maiores danos da história. Esse é o maior incêndio registrado na região pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desde que o monitoramento começou a ser feito, em 1998.
Segundo o Inpe, neste ano, foram identificados 15.756 focos de calor no Pantanal. Antes disso, o maior número tinha sido registrado em 2005, 12.536 focos.
O incêndio começou no dia 21 de julho e já são quase dois meses em chamas.
O fogo teve início na região de Poconé e já são mais de 1.740.000 hectares queimados em Mato Grosso até o dia 13 de setembro. O Pantanal já registrou o maior número de focos de incêndio, desde então. Foram 5.603 focos até o dia 16 de setembro.
5 pontos sobre as queimadas no Pantanal
Brigadistas, bombeiros e oficiais da Marinha ajudam no combate ao incêndio.
Apenas nos primeiros 16 dias deste mês, foram detectados 5.603 focos de calor contra 5.498 registrados no mês inteiro de setembro em 2007 – o recorde para o mês até este ano.
Somando agosto e setembro, o Pantanal teve mais de 11.500 focos, é um patamar muito maior do que os últimos anos inteiros. Agosto e setembro costumam ser os de maiores números de queimadas no bioma, mas nunca foram registrados tantos focos em apenas dois meses seguidos 36 mil focos.
Além disso, as altas temperaturas, a baixa umidade do ar e a falta de chuva contribuem para o aumento das queimadas.
Dados do Prevfogo, o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos incêndios florestais do Ibama, em 2020 mostram que a área queimada no Pantanal já passou de 2,3 milhões de hectares, sendo 1,2 milhão em Mato Grosso e mais de 1 milhão em Mato Grosso do Sul.
Essa área de mais de 2 milhões representa quase 10 vezes o tamanho das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro juntas
O fogo já destruiu 85% do Parque Estadual Encontro das Águas, refúgio das onças pintas-pintadas. Com relação à área perdida para os incêndios, o instituto apresenta os dados mensalmente: a última estimativa, contabilizada até 31 de agosto, apontava uma perda de 12% do bioma neste ano – foram 18,6 km².
Muitos animais estão morrendo nos incêndios que atingem o Pantanal.
Voluntários ajudam no resgate e tratamento de animais vítimas das queimadas.
Eles buscam água em poços artesianos de pousadas no Pantanal e abastecem alguns pontos de água e cochos instalados para os animais matarem a sede.
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