Interrupção dos testes da vacina não é um revés, diz ministro britânico

A interrupção dos testes clínicos da vacina contra a Covid-19 realizados pela Universidade de Oxford não é um retrocesso, afirmou, nesta quarta-feira, 9, o ministro da Saúde, Matt Hancock. A farmacêutica AstraZeneca, que está desenvolvendo a vacina conjunto com a universidade britânica, divulgou um comunicado na terça-feira relatando a interrupção após um voluntário no Reino Unido ter sofrido uma reação adversa grave. No entanto, a empresa não informou qual teria sido a reação. Após o ocorrido, a empresa enviou um comunicado ao ministério da Saúde brasileiro e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Atualmente, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) coordena os testes da Fase 3 no Brasil, que conta com a participação de cinco mil voluntários. Com o anúncio, a testagem está suspensa no país até o comitê de monitoramento de segurança do estudo analisar se as reações têm relação com a vacina, sendo que novos voluntários não serão incluídos no processo.

A vacina da AstraZeneca e Oxford é considerada uma das mais avançadas entre as que estão sendo desenvolvidas no mundo. O composto passava pela fase final de testes clínicos antes de receber autorização dos órgãos reguladores para prosseguir com a imunização da população. Em entrevista à emissora britânica “SkyNews”,  Hancock admitiu que a interrupção é “obviamente um desafio para esta vacina em particular. Na verdade, não é a primeira vez que isso acontece com a vacina de Oxford e é um processo normal em testes clínicos”, afirmou. O ministro considerou que a pausa nas provas “não é necessariamente” um retrocesso e “depende do que [os pesquisadores] encontrarem quando fizerem a pesquisa”. “Houve uma pausa no início do verão (europeu) e isso foi resolvido sem problemas”, acrescentou.

A AstraZeneca não divulgou informações sobre o estado de saúde do voluntário que adoeceu, mas a imprensa local destaca que sua recuperação é esperada. A vacina potencial, que deu resultados promissores nos primeiros testes, estava em testes clínicos no Reino Unido, Estados Unidos, Brasil e África do Sul. No mês passado, os governos da Argentina e do México, assim como a fundação mexicana Slim, chegaram a um acordo com a AstraZeneca e a Universidade de Oxford para fabricar a vacina para seus países e depois distribuí-la para o resto da América Latina, exceto para o Brasil.

*Com Agência EFE

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