Um navio pesqueiro com cerca de 450 migrantes, segundo estimativa inicial, foi resgatado neste domingo, 30, e escoltado até a ilha italiana de Lampedusa, onde foi recebido sob protestos de alguns habitantes. A embarcação estava a cerca de quatro milhas náuticas da ilha e, devido ao vento forte e ao excesso de peso, corria o risco de virar. A tragédia foi evitada graças à intervenção dos barcos de patrulha da Guarda Costeira italiana e da Guardia di Finanza, que escoltaram o pesqueiro até o porto. Com o resgate, Lampedusa soma quase mil migrantes resgatados nas últimas 24 horas, período em que chegaram cerca de outras 30 embarcações, todas de menor porte. O local tem um centro de recepção com capacidade para 200 pessoas.
O novo desembarque provocou um protesto de um grupo de moradores liderado pela ex-senadora Angela Maraventano, que tentou impedir a passagem de veículos de emergência para o cais. A situação na ilha pressionou o prefeito de Lampedusa, Totò Martello, que enviou uma carta ao presidente da Tunísia, Kais Saied, ameaçando partir com um navio na rota oposta à dos migrantes do país norte-africano. “Estamos de joelhos com estes recém-chegados ao centro de recepção. A situação é insustentável. Ou o governo toma decisões imediatas ou isso atingirá toda a ilha. Será a administração que declarará diretamente a greve, fechando tudo. Não é possível continuar apoiando essa posição do governo”, declarou o prefeito. Enquanto isso, o navio humanitário Sea Watch 4, operado pela ONG de mesmo nome e pela Médicos sem Fronteiras, transportou mais de 150 migrantes resgatados pelo navio Loise Michel e ainda espera por um porto com mais de 350 pessoas.
*Com Agência EFE
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