Alvo de um processo de impeachment, o governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou nesta terça-feira, 22, que “jamais vai renunciar ao cargo”. “Em 1 ano e 7 meses de gestão, fiz muito pelo Estado: salários em dia; ampliação dos programas de segurança; aumento da carga horária dos professores, investimentos robustos em ensino e pesquisa; dentre outras realizações”, escreveu Witzel. Segundo o governador afastado, “de todos os seus atos, pegaram apenas um, que é juridicamente correto, e o associaram a recebimento de valores”. Ele é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de integrar uma organização criminosa que movimentou propinas em um valor de R$ 554,2 mil, que teriam sido pagas por empresários da área da saúde ao escritório de advocacia da primeira-dama do Rio, Helena Witzel. O esquema envolveria compras fraudadas na área da Saúde em plena pandemia do novo coronavírus.
Desde o início, o governador afastado nega as acusações. “Não há provas pelo fato de não ter ocorrido. Não há nenhuma relação com a Unir e as empresas contratadas pelo escritório da minha esposa”, escreveu Witzel. Na sequência de tweets, ele relembrou, ainda, a sua história de vida: “A vida me forjou nos desafios. Menino pobre, orgulho de uma doméstica e de um metalúrgico. Resistirei. Politicamente, minha história está apenas começando. Juridicamente, minha absolvição e retorno imediato ao cargo no qual o povo me colocou é o único caminho possível”, finalizou.
Jamais renunciarei. Em 1 ano e 7 meses de gestão, fiz muito pelo Estado: salários em dia; ampliação dos programas de segurança; aumento da carga horária dos professores, investimentos robustos em ensino e pesquisa; dentre outras realizações.
— Wilson Witzel (@wilsonwitzel) September 22, 2020
Processo
Na última semana, em decisão unânime, a comissão especial do impeachment de Witzel, votou pela continuidade do processo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O relatório, produzido pelo deputado Rodrigo Bacellar (SDD), recebeu votos favoráveis de todos os 24 deputados presentes. O parecer necessitava de maioria simples para sua definição, com um quórum mínimo de 13 dos 24 membros (o deputado João Peixoto (DC) está licenciado, internado com Covid-19). Agora, o processo segue para a análise e votação de todos os membros da Casa, em plenário, onde precisa receber dois terços dos votos de todos os deputados, ou 47 votos, para ser aprovado. Se isso acontecer, Witzel é afastado pela Alerj. Esta segunda fase do processo está marcada para acontecer nesta quarta-feira, 23, na Alerj. Depois do afastamento, forma-se um tribunal misto composto por deputados e desembargadores. Eles analisam, a partir daí, a cassação em si do mandato do governador. No relatório, é negado à defesa o pedido para a comissão cumprir oitivas antes da apresentação do parecer.
Compartilhe