Janaína Paschoal: Não dá para comparar governo do PT com Bolsonaro

A deputada federal Janaína Paschoal (PSL-SP) acredita que não dá para comparar o governo do Partido dos Trabalhadores com o governo de Jair Bolsonaro. “O que o PT pretendia fazer é incomparável com qualquer equívoco que possa ser cometido pelo governo Bolsonaro“, disse em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan. De acordo com ela, as informações levantadas no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff indicavam um “plano de poder” que conseguiu ser detido. “Não houve ato de corrupção no governo atual”, completou.

Entretanto, Janaína Paschoal revelou que não descarta pensar em uma “terceira via” para votar e apoiar nas Eleições de 2022. “Em 2018 eu apoiei Jair Bolsonaro porque via nele a única pessoa com força para vencer o PT. Mas a maneira como os apoiadores dele se manifestam, essa insistência em determinados comportamentos, o caso do filho dele. Se entrarmos em 2022 entre a cruz e a espada, talvez eu apoie Bolsonaro. Mas gostaria de ter uma alternativa”, disse. Ela destacou que Jair Bolsonaro se elegeu sob o discurso de combate a corrupção — que se arrefeceu nos últimos meses. “Nesse aspecto, o governo está deixando a desejar.” Para as eleições municipais a deputada confessou ainda estar em dúvida entre duas chapas, então ainda não definiu nem voto e nem apoio.

Lava Jato

De acordo com a deputada, ela enxerga a possibilidade de anulação de sentenças da Lava Jato — mas por um aspecto político, não jurídico. “A própria manifestação de alguns ministros vão no sentido de desmerecer o trabalho da força-tarefa. Tenho dúvidas dessas afirmações em relação ao [Augusto] Aras, de parte da Procuradoria-geral da República. Mas, do Supremo Tribunal Federal, eu sinto um movimento muito forte de anulações. Houve, recentemente, a anulação de uma sentença do [Sergio] Moro, de um caso mais antigo que a Lava Jato. Isso me parece um preparo para coisas piores”, declarou.

Quanto ao julgamento do ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, que acontece nesta terça-feira (8), Janaína Paschoal vê como uma “sessão insustentável”. A parlamentar defendeu que “não tem sentido” o procurador ter submetido ao julgamento por ter se manifestado na condição de cidadão. “Não entendo que ele perca as garantias constitucionais”, disse. De acordo com ela existe um “conflito entre as partes”, se referindo a atuação do ministro do STF, Gilmar Mendes. “É uma mensagem muito ruim para outros procuradores, promotores e juízes.”

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