José Manoel de Barros: João Havelange estava errado sobre o VAR

O ex-presidente da Fifa, João Havelange, dizia que era contra a utilização da tecnologia no futebol, pois as discussões e as polêmicas acabariam e isso era ruim para o esporte. Pois bem, a tecnologia está aí e as polêmicas não diminuíram. Pelo contrário, aumentaram. Se antes a culpa era do homem do apito e dos bandeirinhas, agora é dos profissionais que trabalham no campo e dos que ficam na sala do VAR (árbitro, auxiliares e técnico). Havelange estava errado. Não sou contra a utilização da tecnologia e acredito que você também não, mas está claro que ela não está sendo bem utilizada e é urgente que melhore.

Gosto da ideia de que sejam escalados para o VAR profissionais que saibam trabalhar melhor com a ferramenta, pois sim, há árbitro melhor para apitar no campo e árbitro melhor com o vídeo, e não devemos esquecer do técnico que providencia a imagem ou posiciona a linha de impedimento. Ele tem que ser bom no que faz. Não menos importante é limitar os lances em que a intervenção do árbitro de vídeo deva acontecer. Ele veio para evitar erros graves, não para caçar pelo em ovo, muito menos para reinterpretar lances já decididos em campo.

Já vi lances bem marcados em campo que, após chamar o árbitro de vídeo, o árbitro de campo mudou a decisão e errou. Que esse chamado seja apenas para corrigir erros graves. Por fim, penso ser fundamental que Leonardo Gaciba, que comanda a arbitragem na CBF, venha a público sempre que necessário para esclarecer dúvidas dos torcedores, divulgar vídeos utilizados, enfim, garantir que a decisão tomada foi, sem nenhuma dúvida, justa, já que em última instância é o motivo da existência do árbitro de vídeo.

 

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