Laboratório responsável por vacina de Oxford nega acordo com Trump

A corrida por uma vacina contra o coronavírus criou mais uma situação embaraçosa para Donald Trump e o governo americano. O conglomerado farmacêutico responsável por produzir a vacina de Oxford negou ontem que tenha um acordo especial com a Casa Branca. Relatos na imprensa aqui da Inglaterra indicavam que Trump estaria negociando com a AstraZeneca. A intenção seria garantir acesso prioritário para começar a imunizar os americanos antes das eleições presidenciais em novembro. Mas o grupo anglo-sueco, que tem sede em Cambridge, negou a informação de que estaria negociando uma autorização de emergência com os órgãos americanos. Ressaltou ainda que os resultados sobre a eficácia da vacina só devem ser confirmados mais para o final deste ano.

A situação toda foi criada depois de Donald Trump sugerir que o FDA, agência americana que regula medicamentos, estaria atrasando processos regulatórios de liberação da vacina por razões políticas. China e Rússia estão mais avançados no processo de imunização contra o coronavírus utilizando vacinas experimentais; e procedimentos contestados entre pesquisadores.  Isso também aumentou a pressão do presidente que tem como slogan desde a campanha passada a frase ‘America First’. O governo britânico teve inclusive que se manifestar sobre os rumores de acordo entre Donald Trump e a AstraZeneca. Downing Street confirmou que os britânicos serão os primeiros a ter acesso a uma eventual vacina desenvolvida em Oxford.

Apesar dos inúmeros acordos de licenciamento que a empresa fez ao redor do mundo, incluindo o Brasil, a prioridade será do Reino Unido.  Londres afirma que o acordo com o laboratório garante o fornecimento de 100 milhões de doses para os britânicos. Mas tudo isso ainda está no campo das possibilidades porque as pesquisas não estão concluídas. E embora exista grande expectativa sobre a eficácia desta vacina, nada garante que ela será mesmo disponibilizada ainda neste ano. O melhor dos cenários para uma vacinação em massa continua sendo o ano que vem – considerando que haverá uma intensa disputa entre países ricos e organizados diplomaticamente para ter acesso aos insumos necessários para produção em larga escala.

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