O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, criticou a defesa do Secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, nesta sexta-feira, 18, às instalações da Operação Acolhida, em Roraima, junto à fronteira com a Venezuela. “No momento em que faltam apenas 46 dias para a eleição presidencial norte-americana, não condiz com a boa prática diplomática internacional e afronta as tradições de autonomia e altivez de nossas políticas externa e de defesa”, escreveu Maia. Ele citou, ainda, os princípios pelos quais o Brasil deve orientar suas relações internacionais, dentre eles a independência nacional; autodeterminação dos povos; não-intervenção; e defesa da paz.
“Patrono da diplomacia brasileira, o Barão do Rio Branco deixou-nos um legado de estabilidade em nossas fronteiras e de convívio pacífico e respeitoso com nossos vizinhos na América do Sul. Semelhante herança deve ser preservada com zelo e atenção, uma vez que constitui um dos pilares da soberania nacional e verdadeiro esteio de nossa política de defesa”, disse o presidente da Câmara por meio de nota.
Em visita ao Brasil, Pompeo foi conhecer o centro de acolhimento a refugiados venezuelanos em Boa Vista, capital de Roraima. Acompanhado do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, Pompeo foi à base da Operação Acolhida, administrada pelo Exército Brasileiro para receber os imigrantes. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta quarta-feira, 15, o governador do Estado, Antonio Denarium, deu detalhes sobre a ação. “Pela aproximação política que existe entre o Brasil e os Estados Unidos, Mike Pompeo estará visitando a operação, que conta com de seis a sete mil refugiados abrigados. Roraima é a única porta de entrada dos venezuelanos para o Brasil. Chegando eles precisam fazer a documentação e, com isso, muitos acabam continuando em Boa Vista. Então, é feito também o trabalho de interiorização dos venezuelanos, porque Roraima não comporta e não consegue atender todos”, afirmou. Antonio disse que o Estado está fazendo “todo o trabalho em parceria com o Exército” para que ações de saúde sejam implementadas e garantam o melhor atendimento aos refugiados que, nas palavras dele, “passam por uma crise humanitária sem precedentes”.
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