Médicos alertam sobre riscos de respingar álcool em gel nos olhos das crianças


Gotas do material podem espirrar para os olhos das crianças quando elas tentam higienizar as mãos. Acidentes do tipo geraram preocupação na França. Álcool gel
Divulgação
Em plena pandemia de Covid-19, autoridades de saúde advertem para um outro problema que vem ocorrendo paralelamente aos esforços para conter a contaminação pelo SARS-Cov-2. Em um alerta emitido nesta segunda-feira (31), elas relatam um aumento no número de casos de crianças diagnosticadas com distúrbios oculares provocados pelo contato de gel hidroalcoólico com os olhos.
Por isso, a recomendação é para que os pais tenham muito cuidado para não deixar que crianças pequenas usem os dispensadores de álcool em gel sozinhas, após o relato de cerca de 60 casos de projeções nos olhos “que levaram a problemas oculares”.
Oftalmologista fala sobre riscos de contato do álcool em gel com os olhos
“Entre 11 de maio e 24 de agosto de 2020, foram registrados nos Centros de Envenenamento 63 casos” de crianças que respingaram gel hidroalcoólico nos olhos e “apresentaram sintomas oculares, com idade média de 4 anos”, alertou o Ministério da Saúde francês em uma nota à imprensa, após levantamento das ocorrências ocorridas em estabelecimentos abertos ao público.
Em três quartos dos casos, essas projeções acidentais da sustância ocorreram “em uma loja ou em um shopping center”, onde os distribuidores disponíveis “muitas vezes estão ao nível dos olhos das crianças” e “podem ser percebidos como uma brincadeira”, especialmente quando o dispositivo pode ser operado “por pedal ou automaticamente”, explicam as autoridades.
Desses casos, 20% foram tratados em emergências. Na maioria das vezes, os sintomas apresentados eram vermelhidão, dor ou inflamação do olho ou da pálpebra, enquanto “dois casos resultaram em danos na córnea, reversíveis após tratamento dos sintomas”.
Casos de cirurgia
Álcool gel
Diêgo Holanda/G1
Durante o mesmo período, oftalmologistas em hospitais franceses também relataram “mais de dez crianças” tratadas “por lesões oculares graves com dificuldade de cura”. Pelo menos duas delas “precisaram de cirurgia sob anestesia geral “.
Os médicos recomendam “não deixar que crianças pequenas usem ou brinquem com os dispensadores” de álcool em gel. A orientação é para que “o acompanhante da criança coloque a solução ou o gel hidroalcoólico na palma da mão e então aplique ele mesmo nas mãos dos pequenos”.
Em caso de projeção do material antisséptico nos olhos, o conselho é “enxágue imediato do local por cerca de quinze minutos com um jato de água”, indicam as autoridades sanitárias, especificando que “a demora no enxágue é muito prejudicial e pode levar a lesões graves.”
“Após o enxágue, se a criança sentir dor aguda, o recomendado é consultar um oftalmologista ou um profissional que atue no controle de intoxicações. A solução hidroalcoólica pode ter um efeito anestésico, a dor pode diminuir após algumas horas, embora haja danos significativos nos olhos”, acrescentam os especialistas.
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