A menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada pelo tio no Estado do Espírito Santo e que teve a gestação interrompida no Recife, em Pernambucano, retornou para casa após receber alta. A equipe médica não informou quando exatamente a menina recebeu alta para protegê-la. No entanto, segundo o médico Olímpio Barbosa de Morais Filho, gestor executivo e diretor do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam-UPE), unidade onde a gestação foi interrompida, a menina já chegou ao Espírito Santo e passa bem.”Ela está bem e já voltou para o Estado dela. Foi em um avião fretado e cheia de presentes, que as pessoas que vieram ao Cisam e deram para ela. O quarto em que ela estava ficou cheio de presentes Na volta, ela ainda pode realizar o que ela disse que era o maior sonho dela, comer um sanduíche de uma rede de fast-food, já que nunca tinha experimentado”, contou o médico.
No dia do procedimento, o hospital foi alvo de atos de grupos religiosos, contrários ao aborto. Também houve manifestações de grupos de mulheres que defendiam o procedimento. À Jovem Pan, Moraes Filho disse manifestantes que fecharam as entradas do hospital e xingavam a criança de “assassina”. “Gritavam com palavras de ordem, algumas rezas, desrespeitando um hospital de emergência, uma maternidade. Fizeram coral chamando a menina de assassina. Para nossa sorte, a criança não ouviu. Mais assustador ainda eram políticos, deputados que estavam ali”, contou Olímpio. A menina foi transferida de São Mateus, no norte do Espírito Santo, para o Recife, após decisão do juiz Antonio Moreira Fernandes, da Vara da Infância e da Juventude do município. A Justiça capixaba deu o aval para a interrupção da gestação, mas o hospital que havia sido autorizado a fazer o aborto, no entanto, teria se negado a realizar o procedimento. A superintendente da unidade de saúde alegou que o procedimento não foi feito por questões técnicas e negou motivação religiosa.
Prisão
A polícia prendeu na terça-feira, 18, o acusado de estuprar e engravidar a menina. A informação foi divulgada pelo governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, no Twitter. O homem, de 33 anos, é ex-presidiário e já chegou a cumprir pena por tráfico de drogas, associação criminosa e posse ilegal de arma. Ele afirmou, após se entregar, que aproveitava saídas da família ou dava desculpas para ficar a sós com a sobrinha e então cometer os abusos. Os suspeito pede que outros familiares da vítima, como o avô e outro tio, também sejam investigados. “Só peço uma coisa: da mesma forma que vão fazer um exame meu, quero que façam o exame do avô dela e do filho do avô dela que moravam na casa”, diz o homem em vídeo. A identidade do criminoso não foi revelada por proteção à vítima.
*Com Estadão Conteúdo
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