Metade das micro e pequenas empresas já sofreu vazamento de dados digitais

O consultório do dentista Flávio Goulart em São Paulo teve o número do Whatsapp clonado em um golpe que vem se mostrando comum nessa pandemia. A secretária dele recebeu o telefonema de um criminoso que pediu para confirmar um número que teria sido enviado por mensagem SMS. O código, na verdade, permite a ativação do aplicativo pelos golpistas, que passa a ser utilizado por eles. Para piorar, não tem para quem recorrer e alguém que possa resolver na hora. O próprio aplicativo pede que mande um e-mail, podendo demorar uma semana para resolver. Para o consultório, o prejuízo foi bem grande, já que 80% das consultas são marcadas ou reagendadas pelo aplicativo. Com o ocorrido, Flávio Goular teve que ligar para cada paciente e avisar da clonagem, já que estes estavam recebendo cobranças indevidas por parte dos bandidos.

Assim que aconteceu a clonagem na clínica que ele procurou a Kaspersky, empresa especializada em segurança digital, para poder fazer com a situação. O gerente-executivo da empresa no Brasil, Roberto Rebouças, diz que o aumento das clonagens serve de alerta para as pequenas e medias empresas. “Existe um mito de que segurança é uma coisa. Existe segurança boa para qualquer tipo de cliente, pequeno, médio, grande, usuário doméstico. Agora ele tem que procurar, tem que conversar, ler a mídia especializada para enter o que ele precisa. O grande problema é que a maior parte das pessoas não se informa”, afirma. A Kaspersky diz ainda que, para uma empresa de pequeno porte, as consequências de uma clonagem do Whatsapp pode custar em média US$ 108 mil. As cifras contabilizam desde perdas diretas, causadas, por exemplo, pelo roubo de dados bancários, e gastos com a contratação de técnicos ou reparação da imagem.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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