O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) quer que a ativista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, pague R$ 1,32 milhão por danos morais coletivos no caso da menina de 10 anos estuprada pelo tio. Sara teve sua conta suspensa pelo YouTube, onde divulgou o nome da criança e o hospital em que ela estava internada. Após a publicação, manifestantes contrários ao aborto protestaram do lado de fora do local. Grupos que defendiam a realização do procedimento também estiveram no local para prestar solidariedade à vítima.
Nesta terça, o tio da criança foi preso em Betim, no estado de Minas Gerais, e confessou que cometia os abusos. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o suspeito também acusa o avô e outro tio de cometerem o mesmo crime. Na ação civil pública, a Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de São Mateus diz que Sara “teve acesso, de forma ilegal, a detalhes do caso de uma criança vítima de violência sexual que corre em segredo de justiça”.
“Além do acesso ilegal, Sara Winter veiculou vídeo nas redes sociais, por meio do perfil do Instagram, nomeado _sarawinter (Sara Winter), bem como na página do Twitter, divulgando expressamente o nome da criança e tornando público o endereço do hospital onde ela passaria por um procedimento de interrupção da gestação indesejada”, alegam os promotores. Segundo o MP, o objetivo da ação é para que “Sara Winter seja condenada a pagar uma indenização a título de dano moral coletivo”. O valor da causa de R$ 1,32 milhão deve ser revertido ao Fundo Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente.
Após realizar o procedimento de interrupção da gravidez em Pernambuco, a menina retornou ao Espírito Santo nesta quarta. A Secretaria de Estado de Direitos Humanos do Espírito Santo informou, em nota enviada à Jovem Pan, que está em contato com a “Secretaria Municipal de Assistência Social de São Mateus/ES, órgão responsável por acompanhar o caso, para se certificar de que foram adotadas todas as medidas necessárias para a proteção integral da criança, bem como contato com o Conselho Tutelar que atende o caso para buscar informações e fundamentações das ações realizadas”. A secretaria comunica, ainda, que continuará acompanhando de perto a questão. A nota informa também que programas de proteção serão ofertados à família para inclusão da menina. O MP do Estado ainda vai analisar áudios e conversas de pessoas que estariam pressionando familiares da menina para continuar com a gravidez.
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