O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) comentou, na manhã desta segunda-feira (13/6), o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips. Os dois desapareceram há mais de uma semana, quando iam para Atalaia do Norte, no Amazonas.
Segundo o general, que já atuou na região, a área é inóspita e extremamente perigosa. Para Mourão, Dom e Bruno deveriam ter avisado ou pedido escolta para transitar no local.
“É um caso de polícia, né? É uma região inóspita, afastada de tudo, na fronteira com o Peru. Do lado peruano, uma série de ilegalidades acontece […] do nosso lado, também. As duas pessoas entram numa área que é perigosa, sem pedir uma escolta, sem avisar efetivamente as autoridades competentes e, passam a correr risco, né Lamentavelmente, é isso aí”, disse Mourão.
Questionado pela reportagem,sobre o tempo de buscas, o general afirmou que está torcendo para que Dom e Bruno sejam encontrados com vida.
“Vamos torcer pra que eles estejam com vida ou estejam sido simplesmente aprisionados, seja lá o que for, ou tenham conseguido se evadir das pessoas que estavam tentando fazer algum dano a eles e estão vagando por dentro da selva”, disse.
No domingo (13/6), sexto dia de buscas pelo indigenista e pelo jornalista, a Polícia Federal que os objetos encontrados pelo Corpo de Bombeiros, em Atalaia do Norte (AM), Vale do Javari, região onde foram vistos pela última vez, eram de Bruno.
Foram encontrados amarrados em uma árvore submersa no igapó – pedaço da floresta inundado pela água – uma mochila preta (com objetos no interior) pertencente a Bruno; 2 pares de botas (de tamanhos diferentes), reconhecidos como sendo dos dois; 1 calça preta tática, de Bruno; 1 cartão de saúde com o nome completo do indigenista; 1 chinelo preto da marca havaiana, também de Bruno, e uma lona preta que estava na embarcação. Os materiais foram entregues à Polícia Federal (PF) para perícia.
Repercussão internacional
O desaparecimento dos dois ganhou repercussão internacional. Dom e Bruno se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de vigilância indígena que fica próxima ao Lago do Jaburu. O jornalista pretendia fazer algumas entrevistas com integrantes da comunidade que residem no local.
Phillips está trabalhando em um livro sobre meio ambiente com apoio da Fundação Alicia Patterson. Além do Guardian, Phillips já publicou trabalhos em agências internacionais de notícias e em veículos como Financial Times, New York Times e Washington Post.
Desde o último dia 6, equipes da Marinha do Brasil, da Polícia Federal, da Polícia Militar do Amazonas e da Força Nacional participam das buscas ao jornalista e ao indigenista.
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