Igreja Quadrangular confirma que é dona da aeronave, mas alega desconhecer origem da droga após prestador de serviço acessar avião sem permissão. Polícia Federal investiga o caso.
Após um avião ser flagrado com quase 300 quilos de skunk no aeroporto internacional de Belém, a Igreja do Evangelho Quadrangular do Pará informou ser a dona da aeronave.
O avião é da igreja há 3 anos e é usado principalmente no transporte de pastores pelo estado, segundo a própria Quadrangular, que alega que um prestador de serviço terceirizado acessou a aeronave sem permissão. A Polícia Federal não confirma a versão, mas também não detalhou quem é o preso ou o dono da aeronave. Um inquérito foi aberto para investigar o caso.
A Igreja do Evangelho Quadrangular foi fundada em 1923 em Los Angeles, na Califórnia. No Pará, a Quadrangular completa 50 anos de fundação em 2023.
A primeira igreja Quadrangular no estado foi aberta em 1973 no bairro do Reduto, em Belém. O seu fundador no Pará é o pastor e ex-deputador federal Josué Bengtson, conforme o site da instituição evangélica. Ele é tio de Damares Alves.
A senadora se manifestou dizendo que a própria igreja levou o caso ao conhecimento da PF. Mas para a jornalista Andréia Sadi, a Polícia Federal informou que já acompanhava as movimentações do avião.
Bengtson teve mandato cassado pela Justiça Federal em 2018 por envolvimento no caso conhecido como ‘máfia das ambulâncias’. Em 2020, o pastor foi alvo de críticas em redes sociais após dizer durante uma pregação transmitida pela internet que ‘não voaria em avião pilotado por cotista’. Josué Bengtson também já foi presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
O pastor Josué também é pai do ex-deputado federal Paulo Bengston, que atualmente é membro do conselho nacional e estadual da Igreja Quadrangular, além de secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme).
Segundo Paulo, o avião é da igreja há três anos para transporte de pastores pelo estado. “Durante a pandemia, foi utilizado de forma intensa para o traslado de enfermos (coisa que ocorre até os dias de hoje)”, disse.
Ainda segundo ele, a aeronave já foi usada para “pequenos transportes de terceiros” por meio de “permutas de voos”. “É a primeira vez que algo semelhante a esse caso acontece. Aguardamos a conclusão dessa investigação, na certeza da punição de todos os envolvidos”, disse.
Compartilhe