Diretor-geral disse que fechamento deve ser ‘último recurso’; diretor de emergências da entidade, Michael Ryan, declarou que, para reabrir escolas e ao mesmo tempo conter a disseminação do vírus, é necessário que os adultos se afastem para proteger os grupos mais vulneráveis. Crianças chegam para o primeiro dia de aulas desde o início da pandemia de Covid-19 em Scarborough, na província de Ontário, no Canadá, nesta terça-feira (15).
Carlos Osorio/Reuters
Líderes da Organização Mundial de Saúde (OMS), da Unesco e do Unicef alertaram, nesta terça-feira (15), para os prejuízos no fechamento prolongado de escolas durante a pandemia de Covid-19. Na segunda, as entidades lançaram, de forma conjunta, um guia (em inglês) com diretrizes de saúde pública para escolas, para evitar a disseminação do vírus nesses locais.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou que a decisão de fechar escolas deve ser feita de forma temporária e como “último recurso”, e apenas onde há transmissão intensa da doença.
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“Dadas as consequências devastadoras em crianças, jovens e na nossa sociedade como um todo, a decisão de fechar escolas deve ser um último recurso, temporário, e apenas a nível local, em áreas com intensa transmissão”, disse Tedros.
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Tedros ressaltou que, com as escolas fechadas, a educação dos alunos precisa ser garantida por aprendizado remoto.
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“Manter as crianças seguras e na escola não é um trabalho só para as escolas, os governos ou as famílias. É um trabalho para todos nós”, continuou Tedros.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva em fevereiro
Fabrice Coffrini / AFP
O diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, reforçou a responsabilidade coletiva na tentativa de conter o vírus.
“Nós estabelecemos, globalmente, que queremos proteger as pessoas mais velhas e vulneráveis que correm alto risco de vida se contraírem a doença. A segunda coisa em que vimos consenso é que as escolas são importantes e que a educação de nossas crianças é algo que vemos acima de tudo. Como mantemos esses dois princípios – proteger os vulneráveis da morte e levar as nossas crianças de volta à escola?”, perguntou Ryan.
Michael Ryan, diretor-executivo do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS)
Christopher Black/OMS
“O único jeito de fazer isso é que os adultos se afastem o suficiente para diminuir a transmissão. Então, o que é mais importante: as nossas crianças de volta à escola ou bares e clubes noturnos abertos?”, questionou o diretor de emergências.
“Temos que manter a pressão sobre o vírus, reduzir a transmissão comunitária e diminuir o risco para pessoas mais velhas e vulneráveis, [além de] manter um ambiente em que nossas crianças possam continuar indo à escola”, disse Ryan.
“[A escola] é o melhor lugar para uma criança. A dificuldade é colocar os seus filhos na escola em um ambiente seguro – para eles, para os professores, para a comunidade”, continuou o diretor.
Meninos usando máscaras brincam na primeira semana de retorno às aulas em meio à pandemia de Covid-19 em uma escola na cidade de Mungia, no País Basco, Espanha, no dia 8 de setembro.
Vincent West/Reuters
“Não há balas mágicas, eu já disse antes, e precisamos parar de buscar unicórnios. A evidência está surgindo de que as crianças, obviamente, podem ser infectadas, tendem a processar a infecção rápido e não parecem ser uma grande parte parte da transmissão nesta pandemia, mas isso ainda precisa ser descoberto totalmente. O que sabemos é que as crianças são prejudicadas do ponto de vista educacional ao não estarem na escola, e estamos trocando uma coisa pela outra”, lembrou Ryan.
Nenhum dos líderes da entidade fez recomendações sobre quando cada país deveria determinar a reabertura das escolas.
“Se aceitarmos que estamos todos nesse processo de aprendizado, então podemos olhar para países individuais e a nível subnacional. Países diferentes estão em estágios diferentes de conseguir aprendizado remoto”, observou. No Brasil, a maioria das escolas continua fechada.
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