Em alusão aos 14 anos da Lei Maria da Penha, a Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou nesta quinta-feira, 13, a Operação Athena, que busca capturar foragidos da Justiça por crime de violência contra a mulher, mas não inclui foragidos que estejam nas comunidades. Pelo menos 32 pessoas foram presas até o meio da manhã. A ação é coordenada pelo Departamento Geral de Polícia de Atendimento à Mulher (DGPAM) e tem apoio das delegacias da capital carioca, da Baixada Fluminense e do Interior. “Somente em 2019, as Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher indiciaram 16.703 autores de violência doméstica e familiar, além de solicitar 20.930 medidas protetivas de urgência. O resultado deste trabalho são os inúmeros mandados de prisão a serem cumpridos hoje”, afirmou a delegada Sandra Ornellas, diretora do DGPAM.
Segundo dados divulgados pela Polícia Civil carioca, houve uma redução no número de registros de ocorrências durante a pandemia, apesar de as 14 Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (DEAMs) terem funcionando normalmente durante todo o período de isolamento social imposto no Estado. “Segundo o Monitor de Violência do Instituto de Segurança Pública (ISP), a redução do número de registros não significa que a violência contra a mulher esteja diminuindo, mas que pode haver sub-notificação neste período de pandemia. Com a flexibilização do isolamento social, houve um considerável aumento no número de registros durante o último mês”, completou. A delegada também lembrou que agosto é conhecido como “Agosto Lilás” de combate à violência doméstica em todo o país
A violência contra mulher no Rio continua subindo
O monitor da violência doméstica e familiar durante o período de isolamento pela Covid-19, criado pelo Instituto de Segurança Pública -ISP do Rio de Janeiro, faz monitoramento diário das denúncias desde o dia 1º de março. Em gráficos disponibilizados no site do ISP, e que analisaram o período até 30 de junho, é possível constatar que os relatos de violência física, sexual, moral, patrimonial e psicológica ficaram abaixo dos relatados no mesmo período de 2019, tendo picos durante os finais de semana. Porém, o volume de ligações para o 190 referente a crime contra a mulher estão muito acima do registrado no ano passado, tendo tido alta no mês de junho. “É fundamental que a gente tenha políticas públicas de forma estruturada. No Rio, de 92 municípios, temos apenas 30 centros especializados de atendimento à mulher”, concluiu a delegada Sandra.
*Com Estadão Conteúdo
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