O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, disse, em entrevista ao Morning Show, da Jovem Pan, nesta segunda-feira (17) que os órgãos de pesquisa científica devem sofrer cortes de orçamento em 2021. Segundo o astronauta, isso já havia acertado pelo Ministério da Economia há algum tempo. “Nós sabemos que temos dificuldades fiscais e já tínhamos a possibilidade de um corte de 15% a 18% do nosso orçamento, que já é baixo”, lamentou. Ele prometeu tentar “blindar” órgãos como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), mas reconheceu que talvez não consiga. “No ano passado, consegui fazer um bloqueio no orçamento das unidades de pesquisas e do CNPq. Vamos tentar fazer esse exercício de novo, mas é difícil”, disse. O ministro, no entanto, garantiu que nenhum orçamento será cortado a zero, principalmente o do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Ainda em relação ao ano que vem, um dos grandes marcos do ano deve ser a distribuição da vacina contra a Covid-19. Marcos Pontes acredita que a população em geral deverá ser imunizada em meados de 2021. “As vacinas na terceira fase já vem sendo testadas”, disse. “Para [a vacinação] ser aberta para toda a população, só em meados do ano que vem. Gostaria que fosse antes”, lamentou, indicando a importância de achar um remédio já existente que também sirva para o tratamento da doença provocada pelo novo coronavírus. “Desenvolver do 0 às vezes demora 10 anos”, explicou.
Correios
Ainda na entrevista, o ministro Marcos Pontes falou sobre a privatização dos Correios. Até junho deste ano, ele também era responsável pelas comunicações, mas o presidente Jair Bolsonaro decidiu recriar a pasta exclusiva para o tema, hoje chefiada por Fábio Faria. Para o astronauta, a empresa deve ser privatizada, mas de uma forma organizada. “É uma empresa que tem uma série de processos, muitas questões a serem resolvidas, inclusive constitucionais”, disse, lembrando que muitas das mudanças devem ser aprovadas pelo Congresso antes de serem feitas. “Sempre fui a favor da desestatização, mas que seja feita de uma forma estudada”, disse o ministro.
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