A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), foi novamente acusada de obrigar pastores a fazer uma vasectomia, cirurgia que impede o homem de ter filhos.
O pastor Maurício dos Santos Bonfim entrou com uma ação na Justiça contra a Universal, e cobra uma indenização de R$ 100 mil.
Bonfim afirma ter sido devoto da Universal por cerca de dez anos, tendo sido o pastor responsável por três templos na cidade de São Vicente, no litoral paulista.
No processo, ele alega que a Igreja condiciona eventuais promoções à realização do procedimento. Bonfim também informou que a instituição de Edir Macedo pune quem rejeita.
As punições variam entre rebaixamento de cargo, perda de benefícios e ajuda de custo, assim como pode ser transferido para fora do país.“Passa a ser considerado como mau exemplo”, disse o pastor.
Segundo ele, a exigência é feita por uma questão econômica, uma vez que a Universal “custeia a vida da família pastoral”. “O interessante para a Igreja é que a família pastoral se resuma ao homem, pastor, e a sua esposa, obreira.” O pastor disse que foi submetido a uma cirurgia “clandestina”, sem registro médico.
Os advogados Icaro Couto e Luiza Fernandes, que representam o pastor, disseram à Justiça que a Universal “retirou brutalmente” do pastor “sua chance de ser pai e de construir uma família no sentido amplo”.
A Igreja Universal enviou uma nota sobre o caso ao portal UOL em que diz:
“Mais uma vez, repetimos que esta suposta imposição de vasectomia é facilmente desmentida por um simples fato: existem mais de 3 mil filhos naturais de bispos e pastores da Igreja Universal do Reino de Deus.
O que a Universal incentiva é o planejamento familiar, sempre debatido de forma responsável por cada casal — conforme está previsto em nossa Constituição Federal e na legislação brasileira.
Temos certeza de que este processo _movido por um ex-pastor que foi desligado do corpo eclesiástico da Igreja em razão de um grave descumprimento de regra de conduta_ terá o mesmo destino de outros semelhantes, nos quais diferentes tribunais têm arquivado esse tipo de pedido absurdo.
Neste caso, o processo sequer poderá ser julgado, pois já passou o prazo para que o ex-pastor entrasse com a ação.
Aliás, gostaríamos que a imprensa demonstrasse o mesmo interesse que tem em divulgar processos contra Universal para também trazer a público as derrotas desses aventureiros na Justiça.
Por exemplo, em março deste ano, a 15ª Vara Cível de Brasília negou o pedido idêntico de um ex-pastor. Esperamos que o UOL dê igual destaque a esta decisão favorável à Igreja Universal.”
O processo citado pela Universal está em fase de recurso e será julgado pelos desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
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