Perícia identifica marcas de sangue nas roupas de adolescente que matou amiga de 14 anos em condomínio de luxo de Cuiabá


Depois que Isabele foi morta, adolescente trocou de roupa. Roupas estavam na casa da de vizinha e foram entregues à polícia durante investigação. Perícia aponta manchas de sangue humano em blusa
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Uma perícia identificou marcas de sangue nas roupas que a adolescente de 14 anos, suspeita de atirar e matar Isabele Guimarães Ramos, também de 14 anos, em um condomínio de luxo, em Cuiabá, usava na data da morte.
A adolescente que era amiga da vítima alegou à polícia que o tiro que atingiu o rosto de Isabele foi acidental, mas outros laudos periciais divulgados na semana passada contestam a versão dela.
Foram analisadas três peças, sendo duas blusas e uma saia. As manchas de sangue foram identificadas em duas peças, sendo numa blusa cropped e numa saia longa de tricô.
Saia usada por adolescente tem marcas de sangue
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As peças foram encontradas na casa do namorado da irmã da adolescente que atirou. Ele estava na casa no dia em que Isabele morreu depois de ser atingida com um tiro na cabeça.
“Amostras colhidas de uma das manchas pardo-amarronzadas da blusa descrita em “A” (cropped) e de uma porção posterior da barra da saia descrita em “C” apresentaram resultado positivo para a presença de sangue humano”, diz trecho do laudo.
Blusa cropped passou por perícia
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A mãe do adolescente, que é vizinha da família, foi quem entregou as peças à polícia.
Ela contou que a adolescente e a irmã foram até a casa dela e trocaram de roupa logo depois que Isabele foi atingida.
O advogado da família da menina que atirou disse que ela trocou de roupa e tomou banho porque estava se sentindo sufocada.
Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, morreu ao ser atingida por um tiro na cabeça
Instagram/Reprodução
Distância do disparo
Laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) apontou ainda que a pessoa que matou Isabele estava com a arma apontada para o rosto da vítima, a uma distância que pode variar entre 20 e 30 cm, e a 1,44m de altura.
Conforme o documento da Politec, Isabele encontrava-se no interior do banheiro da suíte localizada na parte superior da casa da amiga. Em momento seguinte, o atirador postou-se na região interior do banheiro, na parte esquerda, com a pistola apontada para a face da vítima, contra a qual efetuou disparo acionando o gatilho.
Outra perícia indicou que o tiro que matou a adolescente não foi disparado acidentalmente.
De acordo com o laudo da Politec, a arma de fogo utilizada não pode produzir tiro acidental. Nas circunstâncias alegadas constantes do Termo de Declarações da adolescente, a arma de fogo, da forma como foi recebida pela perícia, somente se mostrou capaz de realizar disparo e produzir tiro estando carregada (cartucho de munição inserido na câmara de carregamento do cano), engatilhada, destravada e mediante o acionamento do gatilho.
Reconstituição da morte de Isabele Ramos contou com a participação de atores e envolveu 41 policiais, escrivães e peritos
Polícia Civil
Reconstituição
A reconstituição da morte de Isabele já foi feita, na casa da menina que atirou. Durou 7 horas entre essa terça-feira (18) e madrugada desta quarta-feira (19). Mas a adolescente não participou. A defesa alegou que ela não está em condições psicológicas de participar.
Na reconstituição, ela foi representada por uma atriz que tinha estatura e pesos compatíveis.
Foram reproduzidos todos os movimentos realizados pelos envolvidos no caso para apontar a compatibilidade das versões apresentadas na investigação. A simulação foi feita com três disparos.
A reprodução também contou com um grupo de 41 profissionais entre investigadores, escrivães, delegados e peritos.
O caso
A situação ocorreu por volta de 22h30 em um condomínio, no bairro Jardim Itália. Segundo a PM, o acidente aconteceu na casa da adolescente que atirou. O local foi isolado e a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), assim como a perícia técnica.
Na residência, foram encontradas sete armas de fogo que pertencem a pai da jovem que disparou. Ele foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso permitido. No entanto, pagou uma fiança e foi liberado em seguida, depois de pagar fiança. O valor da fiança foi alterado várias vezes.
O advogado da família da adolescente que efetuou o disparo, Rodrigo Pouso, explicou que o pai da suspeita do tiro acidental estava na parte inferior e pediu para que a filha guardasse a arma no andar superior, onde estava Isabele.
A adolescente disse à polícia que pegou o case – uma maleta onde estavam duas armas – e subiu obedecendo ao pai. Apesar de estar guardada, a arma estava carregada.
Nisso, segundo ela, uma das armas caiu no chão e, quando tentou pegá-la, se desequilibrou e o objeto acabou disparando. A menina negou que brincava com a arma ou que tentou mostrar o objeto para a amiga, de acordo com o advogado
A mãe da vítima, Patrícia Ramos, afirmou que estava em casa quando foi chamada pela mãe da menina. Segundo Patrícia, ao chegar na casa vizinha, encontrou a filha no banheiro, já sem vida.

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