Polícia Civil do Rio havia alertado sobre possível invasão de morro há duas semanas

A Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro informou, por meio de nota, que o setor de inteligência da 6ª DP havia emitido um alerta sobre a movimentação de traficantes de uma facção criminosa com a intenção de tomar o território de comunidades que fazem parte do Complexo do São Carlos, região que é dominada por outra organização. A disputa deixou dois mortos e seis feridos em mais de 24 horas de terror na região central do Rio. Entre os mortos, está Ana Cristina da Silva, de 25 anos, que foi baleada ao tentar proteger o filho de três anos do tiroteio.

O aviso foi feito há cerca de duas semanas, mas não continha informações a respeito da data e do horário que a invasão seria feita. Segundo a secretaria, as informações sobre a iminência de uma disputa entre facções foram enviadas à Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil, que repassou para a Inteligência da Polícia Militar, mas não conseguiram descobrir que a invasão ocorreria nesta quarta-feira, 26. “Cabe ressaltar que todas as vezes em que há notícias desse tipo de movimentação, mesmo sem uma definição se o fato ocorrerá efetivamente, as Polícias Civil e Militar planejam ações de ocupação e de capturas de criminosos. O planejamento visa enfraquecer a eventual articulação e movimentação de traficantes nesse sentido”, diz a secretaria.

A Polícia Civil ainda informou que têm cumprido todas as decisões judiciais. Esse posicionamento se refere à decisão do STF de suspender operações policiais nas comunidades do Rio durante a pandemia do novo coronavírus. “Com a decisão do STF, que determina a realização de operações em hipóteses “absolutamente excepcionais”, sem elencar quais seriam essas hipóteses, gerando enorme insegurança jurídica no planejamento, atuação e rotina das polícias, ações preventivas para conter eventuais disputas territoriais ficam fora desse conceito de excepcionalidade por não terem data prevista”, diz a nota. Segundo a secretaria, isso leva as polícias a atuarem apenas de forma reativa, que foi o que aconteceu nesta quarte e quinta-feira, já que se enquadra nos “casos extraordinários” mencionados pelo STF.

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