Polícia Civil ouve alunos em investigação de professora com falas preconceituosas durante aula em MG

Delegado do caso informou que depoimentos são unânimes em críticas à docente, que foi afastada no começo deste mês. Caso aconteceu em Muzambinho (MG).

Em investigação sobre o caso de uma professora gravada enquanto reproduzia falas preconceituosas durante a aula em uma escola de Muzambinho (MG), a Polícia Civil agora passa pela etapa de ouvir alguns alunos como testemunhas.

Segundo o delegado que cuida do caso, Adnan Cassiano Grava, até agora foram ouvidos 12 estudantes. O delegado informou que até o momento todos os depoimentos são unânimes em críticas à professora.

Professores da Escola Estadual Professor Salatiel de Almeida também devem ter depoimentos colhidos em breve. O delegado também espera que até o fim da próxima semana também possa ouvir a professora de história.

O caso
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar falas preconceituosas que uma professora fez em sala de aula. Na manhã de 1º de setembro, pais e alunos se reuniram em frente à Escola Estadual Professor Salatiel de Almeida, em Muzambinho, para protestar.

Segundo os alunos, a situação acontece há um bom tempo. Em uma delas, alunos gravaram as falas da professora durante uma aula da disciplina de “Humanidades”.

No áudio, ela fala de cor, raça, pessoas obesas e até deficientes.

“Hoje é muito modinha falar de racismo.. porque o prefeito feio, “entre aspas”, vamos colocar assim? Não! Porque tudo que é bonito é exaltado. Cé tá entendendo? Tudo o que é bonito é exaltado”, diz a professora.

E ela continua:

“Se fosse… A gente acha que é preconceito, por exemplo, gordo: gordura é feio. Tem pessoas mulatas que são bonitas, tem uns negros muito bonitos, mas você vai ver os ‘traço’ não ajuda, o cabelo não ajuda, entendeu? Então assim… ‘cê’ tem isso daí.. o deficiente, a pessoa que é deficiente, é bonito cê ver uma pessoa deficiente?”, disse no trecho que circula nas redes sociais.
Esse vídeo foi gravado na última segunda-feira, dia 28 de agosto, durante uma aula de humanidades com alunos do Ensino Médio.

Segundo os alunos, essa realidade acontece já há algum tempo. Com toda essa situação, os alunos procuraram a Polícia Civil, que abriu um inquérito para apurar a história.

A Polícia Civil ressaltou que o caso é tratado com cautela, responsabilidade e sigilo até o fim dos procedimentos.

Afastamento
Dias após a denúncia, a professora investigada foi afastada das atividades. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE). A polícia instaurou inquérito ainda na semana passada e segue com apurações.

Além do afastamento, a SRR destacou que a Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Poços de Caldas, responsável pela coordenação da escola, permanece acompanhando o caso.

“Todas as providências administrativas cabíveis já foram adotadas. A SRE enviou uma equipe de inspeção escolar até o local para oitivas com os envolvidos e elabora um relatório com a apuração preliminar ao Núcleo de Correição Administrativa (Nucad) da SEE para avaliação de medidas cabíveis que poderão ser tomadas”, disse a SEE em nota.

A secretaria pontuou, ainda, que, com a denúncia feita à Polícia Militar, a direção da escola tem colaborado para averiguação dos fatos no âmbito criminal.

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