O procurador-geral de Wisconsin, Josh Kaul, declarou na noite desta quarta-feira, 26, que identificou o policial branco que atirou em Jacob Blake várias vezes em Kenosha como Rusten Sheskey, um veterano que trabalha há sete anos na força policial da cidade. O caso de violência policial contra Blake provocou uma nova onda de protestos contra o racismo nos Estados Unidos. Um vídeo gravado no momento da abordagem mostra o homem negro indo até seu carro, acompanhado de perto por dois policiais com armas em punho. Ao abrir a porta do veículo, Blake é atingido por sete disparos. De acordo com Kaul, Sheskey é o policial que disparou contra Blake. Ele e os outros policiais envolvidos na ocorrência foram colocados em licença administrativa até que a investigação seja concluída. O procurador-geral também relatou que Blake reconheceu ter uma faca “em sua posse”, escondida no carro, quando foi atingido pelos policiais. A faca foi encontrada no meio dos bancos dianteiros do carro pelos policiais.
A informação fazia parte de uma atualização que Kaul forneceu sobre a investigação do Departamento de Justiça de Wisconsin sobre os tiros contra Blake no domingo, o que levou a protestos que entraram no quarto dia nesta quinta-feira, e com violência em algumas situações. Os advogados que representam Blake disseram que a polícia foi a agressora. Blake, disseram os advogados, “não fez mal a ninguém nem representou nenhuma ameaça à polícia, mas eles atiraram nele sete vezes nas costas na frente de seus filhos”, que estavam no carro no momento do incidente.
Quanto à faca, os advogados disseram: “testemunhas confirmam que ele não tinha uma faca e não ameaçou os policiais de forma alguma”. O procurador relatou os fatos conhecidos até o momento pela Justiça americana. A ordem cronológica dos eventos, segundo o procurador, foi a seguinte: Os policiais responderam ao relato de uma mulher de que “seu namorado estava presente e não deveria estar no local”. Depois de responder à chamada, os policiais tentaram prender Blake. Não ficou claro, a partir da declaração do procurador-geral, qual conexão de Blake com a chamada que solicitou os policiais, se é que havia. Durante a abordagem de Blake, os policiais dispararam uma arma de choque contra ele, mas “não tiveram sucesso” em detê-lo. “Blake deu a volta em seu veículo, abriu a porta do motorista e se inclinou para frente”, escreveu Kaul.
Nesse ponto, o oficial Sheskey agarrou a camisa do Blake e disparou sua arma repetidamente. A polícia de Kenosha não usa câmeras corporais, observou Kaul. O procurador-geral disse que a Divisão de Investigação Criminal do Departamento de Justiça do Estado planejava relatar suas conclusões a um promotor em 30 dias, e que o promotor determinaria quais acusações, se houver, seriam apresentadas.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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