LONDRES (Reuters) – O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, pediu às pessoas nesta terça-feira para trabalharem em casa quando possível e determinou que bares e restaurantes fecham mais cedo para combater uma segunda onda de coronavírus que se alastra rapidamente, e as restrições durarão provavelmente seis meses.
Depois de cientistas do governo alertarem que o número de mortes por Covid-19 no Reino Unido pode disparar se ações urgentes não forem tomadas, Johnson não chegou a determinar um lockdown total, como fez em março, mas disse que novas medidas podem ser tomadas se a doença não for contida.
“Nos reservamos o direito de despachar um poder de fogo maior, com restrições significativamente superiores”, disse Johnson ao Parlamento após reuniões emergenciais com ministros e líderes dos governos do Reino Unido.
“Só poderemos evitar isso se nossas novas medidas funcionarem e se o comportamento de vocês mudar.”
Ele disse que o Reino Unido chegou ao mesmo ponto perigoso que países como Espanha e França.
“Não vamos poupar esforços no desenvolvimento de vacinas, tratamentos e novas formas de testagem em massa, mas a não ser que façamos progresso palpável, devemos assumir que as restrições que anunciei permanecerão em vigor por, talvez, seis meses”, disse.
Poucas semanas depois de incentivar as pessoas a começarem a voltar aos seus locais de trabalho, Johnson as aconselhou agora a ficarem em casa se puderem.
“Lamento que isso vá prejudicar a recuperação de muitos negócios”, afirmou.
As escolas também continuarão abertas.
Não ficou claro se as medidas bastarão para enfrentar a segunda onda britânica, que segundo alertas de cientistas do governo pode chegar a 50 mil casos novos diários até meados de outubro.
Keir Starmer, líder dos trabalhistas de oposição, criticou a liderança de Johnson, especialmente no tocante aos problemas com exames: “Ao invés de tomar pé da situação, o governo perdeu o controle, nossos sistema de exames desmoronou justamente quando mais precisávamos dele”, disse.
O Reino Unido já tem o maior número oficial de mortes de Covid-19 da Europa – e o quinto maior do mundo – enquanto faz empréstimos recordes na tentativa de injetar fundos de emergência na economia combalida.
O presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, avisou que a escalada “muito infeliz” de casos de Covid-19 ameaça a perspectiva econômica e disse que o Banco Central está estudando atentamente como poderia apoiar mais a economia.
(Por Guy Faulconbridge, Elizabeth Piper, David Milliken, Andy Bruce, Estelle Shirbon, David Milliken, Sarah Young e Michael Holden)
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