Queda do petróleo derruba ações da Petrobras e inibe crescimento do Ibovespa

O Ibovespa opera em margem estreita nesta quinta-feira (10). Às 11h14, o índice subia 0,25%, aos 101.536,48 pontos. A queda do petróleo empurra as ações da Petrobras para baixo (em torno de 1%), influenciando o Ibovespa. Os papéis têm peso de quase 10% no índice. Dentre as maiores altas, estão Gol PN (5,7%) e Azul PN (4,08%), em meio a sinais de retomada da atividade econômica. Hoje, a Gol informou que em setembro haverá aumento de 300 voos/dia, 40% sobre o mesmo mês de 2019. As ações do Pão de Açúcar disparam (quase 15%), liderando a lista de maiores ganhos do índice, após anúncio feito pelo GPA de um estudo para a separação da rede de atacarejo Assaí e a preparação da companhia para listagem na B3 e Nyse. Segundo o grupo, a cisão será precedida da transferência da participação hoje detida pela Assaí na Almacenes Éxito para o GPA.

“Ainda está indefinido. Tem muita coisa para acontecer aqui e lá fora”, descreve o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira Segundo ele, está difícil o índice parar de patinar nessa marca em torno de 101 mil pontos. “A preocupação com a inflação e o fiscal domésticos continua e um exterior um pouco mais tumultuado sobretudo o euro”, diz. Hoje, o Banco Central Europeu (BCE) manteve suas taxas de juros e ainda a política de estímulos, indicando de forma mais enfática que poderá mexer nos instrumentos de política monetária.

No exterior, as bolsas europeias têm sinais mistos, mas as que estavam em queda reduziram o ritmo, enquanto as bolsas em Nova York avançam, após as palavras da presidente do BCE, Christine Lagarde. Ela minimizou os recentes ganhos do euro ante o dólar. “A apreciação do euro contribuirá para pressões moderadas nos preços. Temos que monitorar o câmbio porque pode ter efeito sobre inflação”, afirmou, durante coletiva de imprensa após a decisão de política monetária da autoridade, que manteve as taxas básicas de juros, mas reiterou a disposição de ajustar instrumentos. O BCE mostrou-se um pouco mais otimista em relação à recuperação da economia da zona do euro, após o choque da pandemia do novo coronavírus. Para este ano, o bancoprevê agora queda de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do bloco. A estimativa anterior era de contração de 8,7%.

Já nos EUA, os pedidos de auxílio-desemprego ficaram estáveis na semana passada, em 884 mil, enquanto a previsão era de queda a 850 mil. De todo modo, observa Bruno Musa, sócio da Acqua Investimentos, trata-se da segunda semana em que o indicador ficou inferior a 1 milhão. No entanto, ainda segue o impasse nas negociações em relação a um novo pacote de ajuda à economia norte-americana, bem como o Fundo de Recuperação de 750 bilhões de euros para a Europa ainda precisa da chancela do Parlamento Europeu e dos Estados-membro para entrar em vigor.

Já no Brasil, as vendas varejistas voltaram a subir em julho, ainda que em menor magnitude. “É natural um crescimento menor depois da alta mais expressiva antes, refletindo o início da reabertura da economia”, avalia Bruno Musa. Ontem, o Ibovespa subiu 1,24%, aos 101.292,05 pontos, acompanhando recuperação em Nova York. As vendas do comércio varejista subiram 5,2% em julho ante junho. Já as vendas ampliadas cresceram 7,2%. Em junho, os resultados foram de 8,5% e de 11,1%, respectivamente. A questão à frente, ressalta o sócio da Acqua Investimentos, é saber como o mercado reagirá assim que terminarem os efeitos dos benefícios implementados para limitar os efeitos negativos na economia, como o auxílio emergencial.

*Com Estadão Conteúdo

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