A Renault quer que a Racing Point perca todos os pontos conquistados nas cinco corridas da temporada de 2020 da Fórmula 1 em que protestou contra a utilização irregular dos dutos de freios copiados do carro da Mercedes. A escuderia britânica já havia sido punida pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA, na sigla em francês) com a perda de 15 pontos no Mundial de Construtores e com o recebimento de uma multa avaliada em 400 mil euros (R$ 2,5 milhões na cotação atual). A argumentação de Cyril Abiteboul, chefe da Renault, para que a Racing Point tenha uma punição mais severa é baseada em uma penalidade que a própria escuderia recebeu em 2019. Na ocasião, durante o GP do Japão, em Suzuka, os franceses foram investigados pela utilização de um sistema de ajuste automático da frenagem e a equipe foi desqualificada da etapa.
“Estávamos esperando uma sanção consistente com outras que vimos no passado, sendo a mais recente uma que nós aceitamos no ano passado depois de Suzuka. Fomos pegos na brecha do regulamento esportivo e não o técnico, excluídos daquele evento e, posteriormente, perdemos todos os nossos pontos. Não houve um desconto para Renault, então eu não entendo por que deveria haver um desconto para a Racing Point. Deveriam perder todos os pontos de cada etapa em que protestamos”, criticou o dirigente.
Abiteboul ainda questionou os motivos pelos quais a FIA deu o aval para que a Racing Point continue fazendo a utilização de uma peça irregular durante a temporada. “Não estou necessariamente dizendo que eles deveriam ser excluídos dessa temporada, mas de um ponto de vista comunicacional, aos fãs e ao público, explicar porque um carro que, de alguma forma está irregular, vai receber uma punição, mas continuará sendo parte do campeonato e estará elegível a pontuar. Nós pensamos que é um pouco esquisito”, disse.
Otmar Szafnauer, chefe da Racing Point, por sua vez, confia que a equipe conseguirá reverter a situação no Tribunal de Apelação da FIA. Ele defende que projetou os dutos baseando-se em uma fotografia. “Apelamos da decisão com base no que os fiscais escreveram, e os resultados são claros: não fizemos nada errado ou desonesto. Fomos transparentes com a FIA ao longo do processo Eles concluíram que a norma, principalmente com a mudança dos dutos para partes listadas, era ambígua. Por causa disso, acreditamos que a punição por uma regra ambígua é um pouco dura”, comentou.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Compartilhe