No ‘novo normal’, além do uso de máscaras e álcool em gel, comerciantes de todo país adotaram tecnologias para medir a variação de temperatura dos clientes para controle de acesso aos estabelecimentos. Mas, nas últimas semanas, a forma de manusear o aparelho mudou: antes, as aferições eram feitas na testa; agora, na maior parte dos comércios, o mesmo procedimento é feito no punho. A mudança aconteceu por causa de vídeos que circulam na internet afirmando que o termômetro emite um raio infravermelho, e por consequência atinge a glândula pineal — localizada na parte central do cérebro.
O conteúdo afirma que, com o tempo, o procedimento pode ocasionar distúrbios no organismo. E, por fim, instrui a população a pedir que suas temperaturas sejam medidas na região do antebraço. A médica Nina Musolino afirma que esses supostos alertas não passam de mentiras e explica que as pessoas irradiam calor corporal em forma de luz infravermelha. O que os termômetros fazem, em grande parte, é detectar o quanto elas emitem de calor — e não soltar uma radiação.
Na pandemia da Covid-19 não foram raros os casos em que falsos remédios ou curas sem comprovações que se espalharam pela internet. Mas, segundo a especialista em meios digitais Tânia Gomes, é possível identificar o que é mentira e o que realmente é verdade. “Elas não tem fundamentação cientifica, fonte clara. Desse jeito é fácil identificar a fake news”, disse. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária reforça que a medição de temperatura por termômetro infravermelho direcionado à testa é inofensiva ao ser humano. O órgão informa, ainda, que todos os equipamentos usados em hospitais e estabelecimentos de saúde devem ser submetidos à Anvisa antes de terem a venda aprovada em território nacional.
*Com informações da repórter Caterina Achutti
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