Rússia acusa EUA de financiar protestos contra o governo de Belarus

O chefe do Serviço de Inteligência Estrangeiro da Rússia (SVR, na sigla em russo), Sergey Narishkin, acusou nesta quarta-feira, 16, os Estados Unidos de patrocinarem com dezenas de milhões de dólares os protestos contra o governo de Belarus. “Embora no plano público Washington tente se manter nas sombras, após o início dos protestos de rua em massa, os americanos aumentaram várias vezes o financiamento das forças anti-governamentais de Belarus”, disse Narishkin, em comunicado divulgado por agências de notícias russas. Narishkin estimou esse financiamento em “várias dezenas de milhões de dólares” e lembrou que “o Ocidente começou a preparar os protestos muito antes das eleições em Belarus”. “Só entre 2019 e o início de 2020, eles enviaram cerca de US$ 20 milhões por meio de ONGs a organizações antigovernamentais”, disse ele.

Em sua opinião, os EUA tentaram organizar uma “nova revolução das cores” e um “golpe inconstitucional”, mas que seus objetivos nada têm em comum com os interesses de Belarus. “De acordo com os dados do SVR, os Estados Unidos desempenham um papel fundamental nos eventos atuais em Belarus”, afirmou. Narishkin assegurou que Washington patrocinou a líder da oposição que está exilada, Svetlana Tijanovskaya, e outros opositores que ele apresenta como “líderes populares” e futuros líderes de um “Belarus democrática”. Com o apoio da União Europeia (UE), os EUA pedem que seja exercida uma pressão sobre Minsk para que obrigue o presidente Aleksandr Lukashenko, a abrir um diálogo com o Conselho de Coordenação da oposição para a transferência de poder.

Lukashenko, que durante a campanha eleitoral acusou o Kremlin de tentar desestabilizar a situação na ex-república soviética, em meados de agosto acusou os Estados Unidos de estarem à frente dos protestos antigovernamentais e os membros da UE de jogarem seu jogo. Na última segunda-feira, Aleksandr Lukashenko recebeu, durante encontro em Sochi, o apoio do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que lhe prometeu US$ 1,5 bilhão em empréstimos e o incentivou a reformar a Constituição para sair da atual crise.

*Com informações da Agência EFE

Compartilhe