País se tornou, na terça-feira (11), o primeiro do mundo a registrar uma vacina contra a Covid-19; comunidade internacional ainda tem receios quanto à imunização, entretanto, porque não foram publicados estudos científicos atestando a eficácia e a segurança dela. A foto, do dia 6 de agosto, mostra a vacina desenvolvida na Rússia contra a Covid-19, a primeira a ser registrada em todo o mundo contra a doença.
Handout / Russian Direct Investment Fund / AFP
A Rússia anunciou, nesta quarta-feira (12), que o primeiro lote de sua vacina contra a Covid-19 estará pronto para ser aplicado em alguns médicos em duas semanas. O país também rejeitou as preocupações “sem fundamento” em relação à segurança do imunizante levantadas por alguns especialistas, devido à rápida aprovação da vacina por Moscou.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse na terça-feira (11) que a Rússia havia se tornado o primeiro país a dar aprovação regulatória para uma vacina contra a Covid-19, depois de menos de dois meses de testes em humanos.
A vacina ainda não concluiu os testes em estágio avançado. Alguns cientistas temem que Moscou esteja colocando o prestígio nacional à frente da segurança.
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“Parece que nossos colegas estrangeiros estão vendo as vantagens competitivas específicas do medicamento russo e estão tentando expressar opiniões que, em nossa visão, são completamente sem fundamento”, disse o ministro da Saúde, Mikhail Murashko, nesta quarta.
Ele disse que a vacina, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou, será aplicada na população, incluindo em médicos, de forma voluntária, e estará pronta em breve.
“Os primeiros pacotes da vacina contra a infecção pelo coronavírus serão recebidos dentro das próximas duas semanas, primeiramente para médicos”, disse.
Desconfiança
Na terça, a OMS comentou o anúncio da vacina russa. A entidade declarou que a Rússia “não precisa de sua aprovação” para registrar a vacina, e que precisará ter acesso aos dados da pesquisa para avaliar a eficácia e segurança da imunização para aprová-la.
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Alexander Gintsburg, diretor do Instituto Gamaleya, disse que os ensaios clínicos serão publicados assim que foram analisados pelos especialistas da própria Rússia. Ele disse que o país planeja ter capacidade para produzir 5 milhões de doses por mês entre dezembro e janeiro.
O Cazaquistão planeja enviar autoridades governamentais a Moscou ainda neste mês para discutir possíveis entregas da vacina, disse o gabinete presidencial do país.
Parceria com o Brasil
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Apesar de um anúncio do governo do Paraná de que assinaria, nesta quarta-feira, um acordo com a Rússia para aplicar e fabricar a vacina no Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou, ainda na terça, que não recebeu pedido de pesquisa ou registro da imunização no país. A autorização da agência é uma etapa neceessária para testar qualquer medicamento ou vacina em solo brasileiro.
Segundo o site da nova vacina, o Brasil está entre os países que devem participar da fase 3 dos estudos clínicos, previstos para começar nesta quarta. Serão 2 mil participantes; além dos brasileiros, estavam incluídos voluntários da própria Rússia, dos Emirados Árabes, da Arábia Saudita e do México.
A imunização russa se chamará Sputnik V, em alusão à corrida espacial da Guerra Fria entre União Soviética e Estados Unidos. O Sputnik I foi o primeiro satélite a orbitar a Terra, lançado pelos soviéticos em 1957.
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