O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que passou por uma cirurgia nesta segunda-feira, 14, para retirar um tumor do rim no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Na foto, publicada nesta quinta-feira, 17, nas redes sociais de Calheiros, eles aparecem sem máscara e juntos, desrespeitando as recomendações de distanciamento devido à pandemia da Covid-19. “Recebi a visita do ex-presidente @LulaOficial no hospital. Durante a conversa, ele me perguntou se eu estava bem. Respondi que aguento jogar os 90 minutos, mas que a prorrogação não garanto”, escreveu o senador. Tanto Lula quanto Renan estão no grupo de risco para o coronavírus.
No dia 16, ainda no hospital, o congressista publicou um vídeo dizendo que sofre desgaste físico e mental por ser alvo de “uma perseguição sem fim” e de processos com “absoluta falta de provas”. “Ano a ano, mês a mês, é uma verdadeira tortura. Ontem mesmo, saindo da cirurgia, fui instado a responder pela 10ª vez a uma denúncia improcedente, nascida de uma delação onde todos os delatores negaram a imputação inicial. Fala-se muito em assassinato de reputações, essas acusações sem provas. O fato é que vale uma sentença de morte em vida, assassinato mesmo. O corpo também se abate”, disse. Com 64 anos de idade, Renan Calheiros é senador por Alagoas desde 1995. O parlamentar foi implicado em operações da Polícia Federal, como a Lava Jato e a Zelotes, e chegou a ter um pedido de prisão recomendado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), em 2016, no âmbito da Lava Jato.
CNMP pune Dallagnol por críticas a Calheiros
No último dia 8, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu aplicar a pena de censura ao procurador da República e ex-coordenador da Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol, no caso de tuítes publicados por ele com críticas a Calheiros. Nas redes sociais, Dallagnol criticou a decisão. “O Conselho Nacional do MP me censurou hoje por ter defendido a causa anticorrupção nas redes sociais, de modo proativo, aguerrido e apartidário. Discordo da decisão, que ainda há de ser revertida”, escreveu em sua conta no Twitter. O placar no CNMP foi de 9 a 1 pela punição. As declarações de Deltan aconteceram em janeiro de 2019 quando ele escreveu na rede social: “Se Renan for presidente do Senado, dificilmente veremos reforma contra corrupção aprovada. Tem contra si várias investigações por corrupção e lavagem de dinheiro. Muitos senadores podem votar nele escondido, mas não terão coragem de votar na luz do dia”.
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