O fim do auxílio emergencial preocupa não apenas os beneficiados pela ajuda do governo federal, mas também os empresários, diante da injeção de recursos na economia brasileira. O gerente de Análise da Confederação Nacional da Indústria, Marcelo Azevedo, destaca o desemprego em alta, a perda de renda e ainda os efeitos da pandemia que não acabou: “Medidas de isolamento estão sendo levantadas desde o fim do mês passado e não significa que os efeitos da pandemia passaram”. O presidente da Anfavea, associação das montadoras de veículos, Luiz Carlos Moraes, reconhece o déficit preocupante do governo e reforça as incertezas da recuperação no segundo semestre: “Estou muito preocupado com o aumento do desemprego e como fica a economia quando o governo deixar de pagar o auxílio.”
Por outro lado, no Congresso, os políticos defendem a continuidade do benefício; num ano de déficit histórico, mas também eleitoral. O governo analisa a unificação dos programas sociais, turbinando o atual Bolsa Família para criar o Renda Brasil, elevando de 14 para 20 milhões de famílias atendidas, num custo anual de 57 bilhões de reais, algo que preocupa os defensores do teto de gastos e a responsabilidade fiscal. Mas, após o crescimento da popularidade de Bolsonaro na pandemia, num reflexo do auxílio emergencial, o modelo caminha para ser efetivado pensando já em 2022.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos
Compartilhe