A Coreia do Sul pediu neste domingo (27) à Coreia do Norte para conduzir uma investigação conjunta sobre a morte recente de um oficial sul-coreano, assassinado a tiros por tropas de Pyongyang, e para isso solicitou a reativação das linhas de comunicação entre as partes. O Conselho Nacional de Segurança da Coreia do Sul se reuniu hoje. “Uma investigação conjunta foi solicitada para investigar os fatos o mais rápido possível. Esperamos divulgar conjuntamente os fatos com uma atitude aberta, independentemente dos resultados das investigações publicadas pelas duas Coreias”, informou o conselho em comunicado emitido pelo escritório da Presidência da Coreia do Sul.
Existem divergências nas versões dos dois países sobre a morte do homem, que desapareceu na última segunda-feira (21) enquanto trabalhava a bordo de um navio do Ministério da Pesca perto da fronteira marítima intercoreana no Mar Amarelo. “Para facilitar a investigação, a restauração e reabertura das linhas de comunicação militar para notificação, consulta e troca de informações foi solicitada”, informa o documento de Seul. Em junho, a linha de conversas foi abandonada por Pyongyang como protesto contra o envio de propaganda para seu território por ativistas da vizinha do sul.
Segundo Seul, que suspeita que o oficial queria desertar para o norte, as tropas norte-coreanas encontraram o homem à deriva em suas águas territoriais na terça-feira, o interrogaram sem levá-lo a bordo e depois de tentar rebocá-lo, o executaram e queimaram seu corpo. Pyongyang afirmou que os soldados pediram ao homem para se identificar e quando ele parou de responder e mostrou sinais de querer fugir, eles atiraram nele e queimaram o “objeto flutuante” ao qual ele se agarrava, de acordo com a segurança de fronteira e epidemiológica norte-coreana.
Os analistas políticos acreditam que as chances do regime Kim Jong-un aceitar uma investigação conjunta são quase nulas, já que em casos similares a Coreia do Sul sempre negou a entrada de funcionários do sul. De fato, o Norte alertou hoje o Sul para o perigo de seus navios cruzarem a fronteira marítima entre os dois países, depois que Seul implantou um dispositivo para encontrar o corpo do oficial na área. A fronteira marítima intercoreana ocidental é uma das áreas mais tensas da região e tem sido palco de confrontos entre os dois vizinhos – tecnicamente ainda em guerra – que deixaram pelo menos 80 militares mortos entre os dois lados durante os últimos 20 anos.
*Com EFE
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