O ator John Boyega, que recentemente participou de manifestações antirracistas do movimento Black Lives Matter (“Vidas Negras Importam”), criticou a forma como a Disney tratou o seu personagem nos filmes mais recentes de “Star Wars“. Em entrevista à revista GQ britânica, Boyega desabafou sobre a falta de desenvolvimento de Finn na trilogia finalizada em 2019. Para ele, isso aconteceu porque o estúdio tratou o arco do personagem apenas como “marketing” – o que não ocorreu com Daisy Ridley (Rey) e Adam Driver (Kylo Ren), ambos atores brancos que protagonizaram a história.
“Eles sabiam o que fazer com Daisy Ridley, o que fazer com Adam Driver. Mas quando chegou à Kelly Marie Tran (Rose), quando se tratou de John Boyega, não sabem p… nenhuma. Então, eles querem que eu diga: ‘Gostei da experiência. Foi uma grande experiência’. Não, não não. Aceito dizer isso quando, de fato, for uma grande experiência”, afirmou Boyega. A personagem Rose, interpretada pela atriz de origem asiática Kelly Marie Tran, sofreu uma série de críticas dos fãs de “Star Wars” e, por isso, teve bem menos destaque no último filme da franquia, “A Ascensão Skywalker”.
Para Boyega, Finn foi deliberadamente ofuscado na história. “Eles deram todas as nuances para Adam Driver, todas as nuances para Daisy Ridley. Sejamos honestos. Adam sabe. Daisy sabe. Não estou expondo nada desconhecido. (…) O que eu diria à Disney é: não traga um personagem negro, faça marketing em cima dele de como ele é diferenciado na franquia, para depois jogá-lo de lado. Isso não é bom. E vou falar diretamente disso”.
O ator ainda disse que foi o único integrante do elenco a ter “sua experiência na franquia” baseada em sua raça. “Um processos desses te deixa com raiva. Te deixa mais militante; ele muda você. Por que você percebe: ‘Eu ganhei essa oportunidade, mas estou em uma indústria que nem está preparada pra mim. Ninguém viveu isso, e, ainda assim, tem gente surpresa que estou assim. Essa é a minha frustração.”
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