Tratamento da Covid-19 com plasma ainda é experimental, alerta OMS


Uso da substância contra a doença foi aprovado no domingo (23) pela agência reguladora dos Estados Unidos. Entidade também falou sobre um possível caso confirmado de reinfecção em Hong Kong. Profissional de saúde segura bolsa de plasma doada por paciente recuperado da Covid-19 no Cairo, Egito, no dia 22 de julho. O tratamento com plasma convalescente, com anticorpos para o novo coronavírus (Sars-CoV-2), pode ajudar pacientes infectados a combater a doença.
Khaled Desouki/AFP
A cientista-chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, alertou nesta segunda-feira (24) que o tratamento da Covid-19 com plasma convalescente (material com anticorpos retirado do sangue de pacientes que já se recuperaram da doença) ainda é experimental.
“Os resultados têm sido inconclusivos”, afirmou Swaminathan, reforçando que o uso da substância só deve ser feito dentro de ensaios clínicos.
No domingo (23), a agência reguladora dos Estados Unidos, a FDA (espécie de Anvisa americana), aprovou o uso emergencial da substância para tratar a Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).
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Possível reinfecção
Maria van Kerkhove, líder técnica do programa de emergências da OMS
Christopher Black/OMS
A líder técnica da OMS, Maria van Kerkhove, foi questionada sobre um possível caso de reinfecção em Hong Kong, onde um paciente de 33 anos teria se infectado pela segunda vez com a Covid-19. De acordo com van Kerkhove, os cientistas da universidade encontraram várias mutações no Sars-CoV-2 na segunda infecção.
“O que entendemos é que pode ser um caso de reinfecção. É possível”, afirmou a líder técnica.
Segundo van Kerkhove, os cientistas fizeram um sequenciamento genético do vírus encontrado na segunda infecção, e descobriram 24 partes do código genético que era diferente do primeiro vírus.
“Acho que é importante colocar isso em contexto. Houve mais de 24 milhões de casos relatados até agora, e precisamos olhar para isso a nível de população. É muito importante que documentemos isso, e, em países que podem fazer isso, que o sequenciamento seja feito. Isso ajudaria muito. Mas não podemos pular para nenhuma conclusão, mesmo que esse seja o primeiro caso documentado de reinfecção”, disse.
Em junho, pesquisadores brasileiros sequenciaram, em parceria com a Universidade de Oxford e o Imperial College de Londres, mais de 400 códigos genéticos diferentes do coronavírus no país. Os cientistas já haviam conseguido sequenciar, em tempo recorde, o genoma do vírus responsável pelo primeiro caso brasileiro, em fevereiro.
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Van Kerkhove, da OMS, lembrou ainda, que, segundo o que se sabe até agora, todos que são infectados pelo Sars-CoV-2 desenvolvem algum nível de imunidade contra ele – a questão é saber o quão protetora ela é e por quanto tempo dura.

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